Levantamento mostra que contratantes mantiveram planos de saúde
de seus colaboradores durante a pandemia
A
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Serviço Social da
Indústria (SESI) divulgam os resultados de uma pesquisa
qualitativa sobre os impactos da pandemia de Covid-19 na gestão de
saúde do setor da indústria. O estudo foi realizado entre
novembro e dezembro de 2020 com 200 gestores de empresas
contratantes de planos de saúde, sendo 55% de pequeno porte, 25%
médias e 20% grandes indústrias.
Um
dos objetivos da pesquisa foi mostrar eventuais impactos que a
pandemia teve no sistema de saúde suplementar, principalmente na
relação entre as empresas e os planos de saúde contratados. Apesar
da crise econômica, apenas 13% das empresas consultadas
renegociaram contratos com as operadoras de planos de saúde para
tentar reduzir ou conter os valores pagos pelos serviços
médicos.
Gestão da saúde
O
levantamento aponta que a telemedicina é uma tendência concreta, já
que metade das empresas pesquisadas se considera parte dela. Nos
parâmetros analisados, em telessaúde, os principais serviços
disponibilizados são a telemedicina, o atendimento psicológico
virtual e, em menor grau, a teleconsulta nutricional.
“Com
o levantamento, percebemos que os cuidados com a saúde mental têm
sido uma necessidade reconhecida por, praticamente, todos os
gestores ouvidos” afirma o diretor-presidente substituto e diretor
de Normas e Habilitação de Produtos da ANS, Rogério Scarabel,,
destacando que, durante a pandemia, 65% das empresas intensificaram
iniciativas para melhorar a saúde mental e combater a depressão
entre os trabalhadores. Já entre as grandes indústrias, essas ações
estão presentes em 93% delas.
Na visão de 81% dos gestores, inclusive de pequenas e médias
de empresas, a promoção à saúde dos trabalhadores deve estar cada
vez mais presente nas empresas, embora 54% ainda não tenham
programas específicos para isso. Este percentual é composto,
principalmente, pelas de pequeno (59%) e médio (62%) portes que
ainda não possuem programas de promoção à saúde disponíveis aos
seus colaboradores. Nas grandes indústrias, esse número cai para
28%.
Um
outro ponto que se destacou na pesquisa foi o tema das ações de
saúde abraçadas pelas empresas. Do total, 81% revelaram que apostam
em campanhas de vacinação, enquanto 78% fazem acompanhamento médico
a hipertensos, 78% estimulam a atividade física de trabalhadores e
72% acompanham profissionais com diabetes.
Preço é o principal aspecto
que contratantes avaliam em um plano de saúde
O
levantamento também indicou os modelos de planos de saúde adotados
pelas indústrias. Entre os aspectos que as empresas mais analisam
para a contratação desses serviços, estão o preço, com 43%, e a
qualidade do atendimento associada ao tempo de relacionamento com a
operadora (21%).
O
pré-pagamento – modalidade composta por mensalidades fixas
estabelecidas por ano de contrato e faixa etária – é a opção de 71%
das indústrias. Já o pós-pagamento – valores pagos mensalmente de
acordo com o uso – é o modelo adotado por 27% das empresas. E 2%
das contratantes fazem uso das duas modalidades.
Em
73% das empresas, há um regime de coparticipação dos funcionários
no pagamento pelo uso de alguns serviços de saúde, como consultas e
exames, e, em média, os beneficiários arcam com 45,9% do valor de
cada procedimento. Entre as principais coberturas dos planos de
saúde contratados pela indústria estão consultas e exames (98%),
internação hospitalar (97%) e atendimento com obstetra e parto
(89%).
Um
último dado importante da pesquisa é que, apesar do crescimento,
nos últimos anos, do mercado alternativo de serviços de saúde, que
não se submetem às regras da ANS, como clínicas populares e cartões
desconto para serviços de saúde, 88% dos gestores da indústria
entrevistados não tem interesse em contratações de serviços não
regulados. “A pesquisa comprova a preocupação dos empregadores em
ofertar um cuidado integral dos seus colaboradores”, finaliza
Rogério Scarabel.