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Contra sedentarismo e estresse, seguro de vida ‘paga’ para cliente se mexer ou meditar

Fonte: CQCS Data: 03 setembro 2021 Nenhum comentário

O chileno Eduardo della Maggiora, fundador da Betterfly, e Luciano Snel, CEO da Icatu Foto: Divulgação/ Felipe Panfili

 

Em meio a inovações no setor, plataforma chega ao Brasil em parceria da Icatu com ‘insurtech’ chilena Betterfly. Recompensas são numa espécie de moeda digital

Em mais um movimento em sua estratégia de modernização, a Icatu Seguros firmou uma parceria com a start-up chilena Betterfly para oferecer aos brasileiros um seguro de vida que “paga” para que os clientes tenham uma vida saudável.

A cada exercício físico ou meditação, por exemplo, os usuários receberão moedas digitais, que poderão ser trocadas por benefícios, como um aumento do valor do prêmio, ou por doações para instituições parceiras, que atuam no combate à fome e no reflorestamento, entre outras causas.

Funciona como um sistema de pontuação, que a Betterfly chama de better coins, e já funciona no Chile. A plataforma da insurtech, como são chamadas as start-ups do mercado de seguros, integra outros aplicativos, como Apple Health, Samsung Health e Android Fit, que reúnem dados sobre a saúde dos usuários.

Através desses sistemas é possível checar, por exemplo, quantos quilômetros o cliente correu em um determinado dia.

A expectativa do Icatu é que o produto atraia primeiro os mais jovens, já habituados ao uso de tecnologia no dia a dia. Esse público, inclusive, vem crescendo no setor de seguros, com o aumento da variedade de produtos disponíveis e a redução no custo das apólices.

— Tem uma gameficação por trás da plataforma que os mais jovens vão ter uma conexão muito forte — aponta Luciano Snel Correa, CEO da Icatu, que também espera uma forte aderência de outras faixas etárias, com a possibilidade de transformar uma “coisa complexa” como o seguro de vida em algo mais intuitivo e até mesmo divertido.

A Icatu vem apostando na estratégia de se unir a start-ups para aumentar sua fatia do mercado e rejuvenescer a área de seguros. A marca está há 30 anos no Brasil. Neste ano, já foram firmadas parcerias com a Creditas, Flash e Guiabolso para desenvolvimento de produtos.

No ano passado, a companhia investiu mais de R$ 120 milhões em tecnologia e inovação e pretende investir mais R$ 200 milhões nessa área este ano.

Por enquanto, o produto estará disponível apenas através dos corretores ou de empresas que desejem contratar e ofertar o seguro para seus funcionários.

— O que estamos fazendo é transformar uma apólice, que a pessoa pagava, mas não usufruía em vida, em um serviço que ajuda o cliente a ter uma vida melhor, e pode ser usado todos os dias para inspirar a viver uma vida mais saudável e ainda ajudar outras pessoas, o que contribui para a felicidade e o bem-estar — afirma Eduardo della Maggiora, fundador da Betterfly.

Fundada em 2018, a insurtech tem atualmente 170 funcionários e executivos nos Estados Unidos, Argentina e Equador, além do Brasil, que será o primeiro país a receber operações comerciais da empresa fora do Chile.

Com a pandemia, houve um aumento da procura pela apólice de seguro de vida. Segundo Snel, a arrecadação da companhia com essa modalidade cresceu 25% este ano.

— No meio dessa incerteza econômica, de saúde, a gente percebe uma curiosidade jamais vista pelo seguro de vida, tanto por parte de pessoas físicas, quanto por empresas — diz o CEO da Icatu.

Segundo ele, o momento é de inflexão para o mercado:

— Há alguns anos a previdência privada se tornou um produto de primeira necessidade para o brasileiro, e a gente sempre se perguntava o que faltava para o seguro de vida ser demandado como a previdência. Começamos há alguns anos a nos preparar para atender a qualquer público em qualquer canal, que é o que vai nos permitir fazer essa integração com a Betterfly.

A insurtech já captou um total de US$ 80 milhões desde sua criação, sendo US$ 60 milhões na última rodada de investimentos, que aconteceu em junho. A operação foi liderada pela DST Global com um grupo de fundos, como Softbank, Valor Capital e Endeavor Catalyst. A QED, que liderou a rodada anterior, também acompanhou.

 

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