Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos indica que gripes
durante a gravidez podem aumentar o risco de a criança desenvolver
transtornos bipolares ao longo da vida.
O estudo realizado com 814 mulheres grávidas e publicado na
revista especializada JAMA Psychiatry afirma que infecções
contraídas durante a gestação podem fazer com que a criança tenha
quatro vezes mais chances de ser bipolar.
Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Columbia
identificaram uma ligação entre a condição, frequentemente
diagnosticada até a faixa etária dos 20 anos, e experiências
vividas ainda no útero.
Os cientistas envolvidos com a pesquisa alertam que os riscos
permanecem baixos, mas o estudo, no entanto, se assemelha a
descobertas semelhantes que ligam a gripe à uma maior incidência de
esquizofrenia.
Bipolaridade
A bipolaridade leva a intensas mudanças no humor de uma pessoa,
que podem durar meses, fazendo com que se vá da depressão e
desespero a sensações de euforia, hiperatividade e perda de
inibições.
A pesquisa realizada entre pessoas nascidas no início dos anos
1960 mostrou que transtornos bipolares são quatro vezes mais comuns
entre pessoas cujas mães ficaram gripadas durante a gravidez.
A bipolaridade afeta uma em cada cem pessoas. O
pesquisador-sênior envolvido com o experimento, Alan Brown, estima
que as mães que ficam gripadas durante a gravidez têm uma chance de
3 a 4% de ter filhos que apresentarão transtornos bipolares.
No entanto, na maioria dos casos de pessoas com bipolaridade não
houve um histórico de mães gripadas durante a gravidez.
Preocupação
Sendo assim, na lista de coisas com as quais mulheres grávidas
devem se preocupar, quão alto figuraria a gripe?
"Eu diria que não muito alta", afirma o professor Alan Brown.
"As chances ainda são pequenas. Não creio que isso deva ser um
motivo de alarme para as mães.
Segundo o especialista, a vacina recomendada a mulheres grávidas
em muitos países pode reduzir as chances de se contrair gripe.
Ainda não se sabe, no entanto, como a gripe afetaria o cérebro
do feto, já que o vírus não incide diretamente sobre o bebê, mas
sim sobre o sistema imunológico da mãe.