O Ministério da Saúde anunciou no início da noite de
quarta-feira (21) que trará, até o fim de 2013, cerca de 4 mil
médicos cubanos para o Brasil para atuar nas cidades que não
atraírem profissionais inscritos individualmente no Programa Mais
Médicos. Na segunda-feira chegam os primeiros 400 profissionais,
que devem passar pelo mesmo processo de avaliação dos médicos com
diploma estrangeiro não revalidado inscritos na primeira etapa do
programa.
Nem o Ministério da Saúde, nem a Organização Pan-Americana da
Saúde (Opas), que vai intermediar o acordo com o governo cubano,
sabem dizer quanto estes profissionais vão receber pelo trabalho.
“O ministério passa o mesmo valor unitário e é a Opas que vai fazer
a negociação com Cuba”, disse o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, acrescentando que o acordo é entre a Opas e Cuba. O
ministro ressaltou que os médicos vão suprir a demanda de parte dos
701 municípios que não foram selecionados por nenhum médico na
primeira edição do programa.
As duas instituições informaram também que é o governo de Cuba que
decide se os profissionais vão poder trazer sua família para o
Brasil. O ministro ressaltou que, assim como com os outros
profissionais, a alimentação e moradia dos médicos são
responsabilidade dos municípios que os receberão.
No dia 4 de outubro, mais 2 mil médicos cubanos devem chegar ao
país para uma nova etapa. Assim como os que se inscreveram
individualmente, os médicos cubanos que vêm pelo acordo com a Opas
não vão precisar passar pelo Revalida (Revalidação de Diplomas
Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior) e, por
isso, terão registro provisório por três anos para atuar na atenção
básica e com validade restrita ao local para onde forem
designados.
Padilha ressaltou que todos os médicos que virão nesta primeira
etapa já participaram de outras missões internacionais e têm
especialização em medicina familiar e comunitária. Mais de 84%
deles têm mais de 16 anos de experiência na medicina.
De acordo com Padilha, o acordo que o governo brasileiro tem com
a Opas permite que a entidade faça parceria com outros países e
outras organizações. A pasta vai investir R$ 511 milhões até
fevereiro de 2014 com a vinda dos médicos cubanos.
Na primeira edição, o Programa Mais Médicos selecionou 1.618
profissionais para atuar em 579 postos da rede pública em cidades
do interior do país e periferias de grandes centros. Desse total,
1.096 médicos têm diploma brasileiro e 522 são médicos formados no
exterior. Os participantes do programa correspondem a 10,5% dos
15.460 profissionais necessários, segundo demanda apresentada pelos
municípios.
Todos os médicos com diploma estrangeiro e sem revalidação vão
passar por três semanas de capacitação, com foco no funcionamento
do Sistema Único de Saúde (SUS) e na língua portuguesa, antes de
começarem a atuar. Durante o período de atuação, terão o trabalho
supervisionado por universidades brasileiras.