A Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) alertou a
comunidade internacional nesta segunda-feira (16) sobre a ameaça
dos vírus da gripe aviária H7N9 e H5N1, devido à proximidade da
temporada das gripes.
"Devemos manter uma vigilância constante", disse o diretor do
departamento de Veterinária da FAO, Juan Lubroth, em reunião
conjunta com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento
Internacional (cuja sigla em inglês é Usaid), a Organização Mundial
de Saúde (OMS) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
O alerta de Lubroth dá ênfase particular para o vírus H7N9, que não
provoca sinais clínicos nos animais e é, portanto, muito difícil de
ser detectado nas aves de criação. Para melhorar a resposta a este
vírus, a FAO destinou US$ 2 milhões em fundos de emergência, aos
quais se juntaram mais US$ 5 milhões da Usaid.
Hoje, a FAO e a Usaid enfatizaram a necessidade de continuar a
trabalhar, especialmente no monitoramento contínuo, ao longo de
todo o sistema de produção e comercialização e no desenvolvimento
de planos de contingência e de mecanismos de compensação.
"O aparecimento do vírus H7N9 nos relembra que novas ameaças de
doenças não são uma exceção, mas uma consequência previsível que
resulta da relação entre humanos e animais", afirmou o diretor do
Programa de Ameaças Emergentes da Usaid, Dennis Carroll.
No combate de longo prazo contra o H7N9 e outros vírus, a FAO e a
Usaid apelam aos países para que invistam de forma a melhorar a
comercialização e venda das aves.
De acordo com a OMS, desde que foi detectado na China, em
fevereiro, o vírus da gripe aviária infectou pelo menos 135
pessoas, das quais 44 morreram. Todos os casos ocorreram em
território chinês, exceto um, registado em Taiwan.
Os vírus de gripe aviária existem há muito tempo em aves selvagens,
mas geralmente não causam doença em seres humanos, embora em casos
raros haja mutações. As estirpes dos subtipos de vírus da gripe
aviária H5, H7 e H9 já causaram infeções humanas, sobretudo depois
do contato direto com aves infectadas.
Nenhuma das estirpes sofreu mutações que as tornassem facilmente
transmissível entre pessoas, o que seria o pesadelo dos
epidemiologistas. A estirpe mais conhecida é o vírus H5N1, que
causou 633 casos confirmadas em pessoas em 15 países entre 2003 e
julho deste ano, das quais 377 morreram – o que representa uma taxa
de mortalidade de cerca de 60%.