Redes de farmácia iniciaram nesta terça-feira, 01, uma campanha
que vai recolher assinaturas de consumidores para pedir a redução
dos impostos sobre medicamentos. A Associação Brasileira de Redes
de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e a Associação da Indústria
Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) pretendem pedir ao governo
federal, Poder Legislativo e Estados a redução das alíquotas de
ICMS e isenção da cobrança de PIS e Cofins para todos os
remédios.
De acordo com o presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, a
reivindicação é que todo tipo de medicamento possa ser beneficiado.
Hoje, são isentas de PIS e Cofins apenas algumas substâncias que
constam na chamada "lista positiva". Medicamentos considerados de
grande relevância para o consumidor (como os oncológicos e para
hipertensão) estão sob regime diferenciado.
O objetivo da campanha é coletar 10 milhões de assinaturas em 30
dias, por meio de cadernos disponíveis em 6 mil farmácias e
drogarias de todo o País. Barreto espera que as assinaturas
contribuam para pressionar administradores e ou mesmo pedir a
instalação de comissão mista na Câmara dos Deputados e no Senado
para retomada de projetos de lei.
Executivos não estimam, porém, como pode ser o andamento dos
projetos após a conclusão da campanha. Para Eugênio De Zagottis,
diretor de Relações com Investidores e Planejamento Corporativo da
RaiaDrogasil, a mobilização apenas coloca em debate a redução de
preços dos remédios.
Por lei, redução de impostos de medicamentos devem ser repassadas a
preços. A Lei nº 10.742, de 2003, determina que compete a uma
Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos "assegurar o efetivo
repasse aos preços dos medicamentos de qualquer alteração da carga
tributária".
Segundo estudo da Interfarma, a carga tributária sobre remédios
como analgésicos, medicamentos para o sistema digestivo, contra
alergias ou ligados à oftalmologia se aproxima de 34% em São Paulo,
onde o ICMS sobre medicamentos alcança 18%.
Mão de obra
Ao mesmo tempo, o varejo farmacêutico tenta reverter a perda do
benefício da desoneração da folha de pagamentos, após a aprovação
da Medida Provisória 610, em julho, ter excluído o segmento da
lista de áreas do comércio varejista atingida com a extensão da
desoneração da folha até o final de 2014.
De acordo com Barreto, o setor continua a pedir no Congresso que a
desoneração seja retomada, embora no momento os tributos estejam
sendo recolhidos no modelo tradicional.
As farmácias estavam incluídas na MP 601/2012, editada em dezembro
do ano passado e que passou a vigorar em abril. As companhias
puderam substituir a contribuição previdenciária de 20% por
alíquota de 1% sobre o faturamento. Em junho, a medida expirou.