Seguradoras poderão ser isentas de pagar o
conserto do veículo de motorista bêbado ou drogado. A medida é
prevista em projeto de lei (PL 5764/13) do deputado Sandro Mabel,
do PMDB goiano.
De
acordo com o texto, as seguradoras deixam de ter a obrigação de
ressarcir os danos materiais de carro conduzido por motorista
alcoolizado ou que esteja com a capacidade psicomotora alterada por
outra substância psicoativa que determine dependência, como é o
caso das drogas. Essa comprovação poderá ser feita por meio de
imagem, vídeo, teste, exame clínico ou outro mecanismo autorizado
pelo Conselho Nacional de Trânsito. Segundo Mabel, a intenção é
reforçar os efeitos da Lei Seca.
PUNIR
BÊBADOS E DROGADOS
“O
principal ponto desse projeto não é isentar as seguradoras, mas
punir as pessoas que estão dirigindo alcoolizadas ou sob efeito de
drogas. O fato de a pessoa ter um seguro de carro não quer dizer
que ela possa beber e, se bater em alguém, o seguro cobre. Ou seja,
a despesa para quem dirige alcoolizado também fica por conta dele e
não mais por conta da seguradora. Isso vai fazer com que a pessoa,
além de pensar em uma possível blitz, possa pensar em um possível
acidente se estiver sob efeito de álcool e, com isso, perder a
condição de o seguro cobrir a sua despesa”.
DANOS
A TERCEIROS SERÃO COBERTOS
Mabel
deixa claro que essa isenção às seguradoras é apenas em relação ao
motorista alcoolizado ou drogado causador do acidente. Portanto, os
danos a terceiros deverão ser cobertos normalmente pelo seguro. No
entanto, a Associação de Consumidores tem restrições à proposta do
deputado. A coordenadora da Proteste em São Paulo, Maria Inês
Dolci, explica porquê.
“Essa
justificativa, apesar de interessante do ponto de vista da
preservação da seguradora, deve ser muito discutida, porque já
temos leis que tratam dessa questão. Então, trazer uma nova lei,
neste momento, vai isentar as seguradoras de uma responsabilidade
que tem de ser devidamente comprovada. Nós entendemos que, da forma
como está, ela (a proposta) está beneficiando as seguradoras e não
os consumidores, que são a parte vulnerável nesta
questão”.
O
projeto de lei será analisado conclusivamente pelas Comissões de
Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça da Câmara e, em
princípio, não depende de votação em Plenário.