Infecções
menores estão voltando a matar, diz organização, que recomenda
medidas imediatas contra uso incorreto destes
medicamentos
Infecções atualmente consideradas menores podem
voltar a matar se nada for feito com urgência para combater contra
a resistência aos antibióticos, alertou esta semana a Organização
Mundial da Saúde (OMS). No primeiro relatório sobre a resistência
aos antibióticos em nível mundial, a OMS informa que “essa grave
ameaça já não é uma previsão, mas uma realidade em cada uma das
regiões do mundo e todos, independentemente da idade e do país,
podem ser afetados”.
Considerados pela OMS como um dos pilares da
saúde, a utilização incorreta dos antibióticos tornou-os
praticamente ineficazes há algumas décadas. “A não ser que os
numerosos atores envolvidos ajam urgentemente, de modo coordenado,
o mundo caminha para uma era pós-antibióticos, em que infecções
comuns e feridas menores que têm sido tratadas há décadas podem
voltar a matar”, advertiu o subdiretor-geral da OMS para a
segurança sanitária, Keiji Fukuda.
“Se
não tomarmos medidas significativas para evitar as infecções e para
alterar o modo como produzimos, receitamos e utilizamos os
antibióticos, vamos perder pouco a pouco esses benefícios para a
saúde pública mundial e as consequências serão devastadoras”,
disse.
O
relatório, com dados de 114 países, indica que existe resistência a
numerosos agentes infecciosos, mas centra-se na resistência a esses
medicamentos contra sete bactérias responsáveis por doenças comuns,
como as infeções hematológicas (septicemia, ou infecção
generalizada), diarreias, pneumonias, infecções das vias urinárias
e gonorreia.
A
OMS, que classifica os resultados como “muito preocupantes”,
considera como uma das principais causas da resistência o uso
incorreto dos antibióticos: nos países pobres, as doses
administradas são demasiado fracas e, nos países ricos, o uso é
excessivo. A organização critica também a falta de vigilância do
uso de antibióticos destinados ao consumo humano em
animais.
As
recomendações feitas pela OMS são o estabelecimento de sistemas de
vigilância desse fenômeno, a prevenção das infecções e a criação de
novos antibióticos.
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com informações da Agência Lusa