Os seguradores responsáveis pela apólice do avião da Malaysia Airlines, voo MH-17 que caiu na Ucrânia, esperam realizar as indenizações rapidamente, assim que forem determinadas as causas do acidente, de acordo com informações da Reuters.
Entretanto, observadores dizem que o seguro para a perda de 298 vidas e outras responsabilidades provavelmente será complexo e demorado.
O advogado especialista em aviação, Robert Cohn, disse que os investigadores vão tentar estabelecer se a aeronave foi atingida por um míssil ou explodiu de sua própria vontade. Desde o incidente, várias companhias aéreas disseram evitar o espaço aéreo da Ucrânia.
Gustavo Cunha Mello, corretor de seguros especialista gerenciamento de risco e aviação, disse que se a aeronave foi abatida por míssil, depende de ter a cobertura por cláusula de guerra, sequestro e confisco. “Esta cláusula deve ser incluída na apólice de casco e na apólice de terceiros. Assim pagará o respectivo sinistro. Provavelmente há esta cláusula, pois ela é comum em linhas aéreas”, informou via Facebook.
Atualização
De acordo com nota divulgada na manhã do dia 21 de julho no portal da CNseg, o Boing 777 era segurado pela Allianz Global Corporate & Specialty, casco e responsabilidade civil, com participação das corretoras Aon e Willis na colocação do risco, de acordo com a mídia internacional.
O grupo segurador também está envolvido na regulação de outro acidente, o desaparecimento do MH17, da mesma companhia aérea. A expectativa é de que a regulação desse novo sinistro seja demorada em função de várias situações, entre elas, o fato de que reguladores das empresas aéreas europeias e americanas já terem alertado, em abril, que os vôos sobre certas partes da Ucrânia, e sobre o local onde o avião foi abatido, particularmente, deveriam ser evitados.
Segundo as agências de notícia, a possibilidade de o acidente anterior ser classificado como Cobertura de Guerra aumenta com o acidente de ontem. Desde janeiro, o mercado de seguro de aviação já arcou com quatro grandes perdas, como o incidente no Aeroporto da Líbia, onde os terroristas atacaram e destruíram dois A330, e o desaparecimento do MH17.
As ações da empresa aérea despencaram ontem nas bolsas e o risco de mais perdas é grande enquanto durarem os conflitos na região do Leste Europeu.