O dólar opera em alta pelo quarto dia seguido nesta segunda-feira (15), e se aproxima do patamar de R$ 2,70. A moeda vem pressionada pelo ambiente de incertezas internas e externas, com investidores preocupados principalmente com o futuro do programa de intervenções no câmbio do Banco Central brasileiro, de acordo com a agência Reuters.
Por volta das 14h20, a moeda norte-americana tinha alta de 1,38%, vendida a R$ 2,688. Por volta das 14h, chegou a ser vendida a R$ 2,6918. Veja cotação
O dólar atingiu na sexta-feira (12) novamente o maior valor desde 2005 – marca que a moeda norte-americana vem batendo ao longo das últimas semanas.
"Cada dia que passa o mercado fica mais ansioso sobre o BC. E, quando tem incerteza, o mercado busca proteção no dólar", disse à Reuters o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Sob o atual modelo de intervenções e marcado para durar até o final do ano, o BC oferta diariamente até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. O presidente do BC, Alexandre Tombini, tem afirmado que o atual estoque de swaps, correspondente a pouco mais de US$ 100 bilhões, já dá conta da demanda por proteção, alimentando expectativas de que o BC pode reduzir sua presença no mercado em 2015.
O mercado também continuava sob a expectativa de quais medidas serão adotadas pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff para enfrentar o quadro de inflação alta e crescimento baixo.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas atuações diárias, com volume equivalente a US$ 196,8 milhões. Foram vendidos 2,3 mil contratos para 1º de setembro e 1,7 mil para 1º de dezembro de 2015. Até então, em vez de ofertar swaps para dezembro, o BC colocava papéis para 1º de junho. O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a US$ 9,827 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 55% do lote total. Após o fechamento da sessão passada, o BC anunciou para esta sessão leilão de venda de até US$ 1 bilhão com compromisso de recompra em 5 de maio de 2015.
Cenário externo
A perspectiva de política monetária mais apertada nos Estados Unidos também tem contribuído para a alta do dólar sobre o real. O aumento do juros poderia atrair para os EUA recursos atualmente aplicados em países como o Brasil. O Federal Reserve, banco central norte-americano, reúne-se nesta semana e terá de decidir se descarta a promessa de manter os juros quase zerados por um "tempo considerável".
Na sexta, o dólar fechou em alta devido a diversos fatores econômicos e políticos, como apreensão dos investidores diante da queda dos preços do petróleo e o futuro do programa de intervenções do Banco Central no câmbio, de acordo com a agência Reuters. A moeda norte-americana subiu 0,14%, a R$ 2,6512 - o maior valor desde 4 de abril de 2005, quando o dólar fechou cotado a R$ 2,6598, segundo dados do Banco Central. A moeda fechou a semana com alta de 2,23%. No mês e no ano, há valorização acumulada de 3,10% e 12,46%, respectivamente.