Ministro destaca que o problema da
discriminação de pessoas que vivem como vírus ainda é
grande
Com o número de novas infecções pelo vírus HIV estabilizado no país
e as mortes em tendência de queda, o ministro da Saúde, José Gomes
Temporão, acredita que a resposta para o que chama de sucesso do
programa brasileiro de combate à aids seja o Sistema Único de Saúde
(SUS).
“Todos os países do mundo que não dispõem de um sistema
universal, de qualidade, com grande capilaridade, fracassaram no
combate à aids. No Brasil, o sucesso aconteceu porque o programa é
de muito boa qualidade e se desenvolve no contexto de um sistema
articulado e integrado”, disse.
Em entrevista à Agência Brasil, Temporão destacou, entretanto, que
o problema da discriminação de pessoas que vivem com aids ainda é
grande. “É um desafio permanente”, avaliou. Para o ministro, é
preciso que a população brasileira entenda que o avanço da ciência
faz do portador do HIV uma pessoa com doença crônica e não mais
alguém com uma sentença de morte.
“Fazendo o acompanhamento adequado, ela pode ter uma vida normal
como qualquer outra pessoa. Pode trabalhar, casar, ter filhos”,
explicou. Segundo o ministro, o país tem se destacado na luta
contra a discriminação por meio de campanhas ousadas, como a do
beijo entre um parceiro soropositivo e outro não.
“Sempre vejo
essas polêmicas como positivas porque são questões complexas, que
têm a ver com a sexualidade e com os sentimentos mais íntimos.
Fazer diferente é bom para chamar a atenção”, disse.
Este ano, a campanha do Ministério da Saúde tem como tema O
Preconceito como Aspecto de Vulnerabilidade ao HIV/Aids, com foco
em jovens de 15 a 24 anos. O grupo, de acordo com a pasta, tem
maior número de parceiros casuais em relação a adultos e cerca de
40% deles declararam não usar preservativo em todas as relações
sexuais.