Segundo levantamento, 41% desses condutores não pagaram o seguro obrigatório em 2014
Os brasileiros que transitam pelas ruas e pelas estradas pilotando motocicletas já correm um risco que não é pequeno. Os acidentes se multiplicaram no país junto com o crescimento da frota, mas quase metade dos motociclistas ficam ainda mais expostos. Quarenta e um por cento deles não pagaram o DPVAT, o seguro obrigatório que serve para indenizar vítimas de acidentes de trânsito. Assista ao vídeo da reportagem.
São muitos milhões de veículos circulando irregularmente pelas ruas e estradas do país. Em 2014, quase 25% dos carros e mais de 40% das motos deixaram de pagar o DPVAT, o seguro obrigatório indispensável na hora do licenciamento.
Ao contrário do que muita gente pensa, o seguro obrigatório não deve ser pago junto com o licenciamento do veículo, e sim com o IPVA ou a primeira parcela dele. Os prazos variam, conforme o estado. Quem não paga o DPVAT pode ter problemas com a fiscalização de trânsito, e o pior, fica sem cobertura em caso de acidente.
O valor é de R$ 105 para os carros. Para as motos, quase o triplo: R$ 292. É que mesmo sendo pouco mais de um quarto da frota elas geram três quartos das indenizações.
“O que acontece é que a motocicleta se envolve num número muito grande de acidentes. É o que provoca o aumento do preço”, explica o diretor-presidente do DPVAT, Ricardo Xavier. A inadimplência tira dos cofres do seguro obrigatório R$ 2,4 bilhões por ano. Sendo que quase metade da arrecadação é destinada ao SUS.
Cinco meses depois do acidente, Felipe voltou a andar e segue evoluindo. Ele chegou a ser considerado tetraplégico. Com a documentação da moto em ordem, vai receber o seguro.
Jornal Nacional: É claro que é um dinheiro que você não gostaria de ter que receber, né? Felipe: Não, não queria. Mas já que a gente está assim, a gente tem que ir atrás do nosso direito.
O DPVAT cobre qualquer pessoa que se envolva num acidente de trânsito. Menos os donos de veículos que não tenham pago o seguro. Rodrigo também estava numa garupa. O amigo fugiu. Mesmo assim, a família recebeu o seguro.
“Não é necessário documento de moto, de carro. A gente só precisa de um boletim de ocorrência, do laudo médico e da documentação pessoal”, afirma Rosimeire Pereira da Silva, mãe de Rodrigo.