A FenaSaúde, como representante de operadoras de planos privados de assistência à saúde, considera primordial enfrentar a necessidade de mudanças no sistema de cuidado em saúde em busca de melhores resultados assistenciais e econômico-financeiros capazes de garantir a qualidade dos serviços e a sustentabilidade do setor.
Durante encontro promovido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), nesta terça-feira (24/05), no Rio de Janeiro, especialistas e gestores de saúde discutiram novas formas de prestação e remuneração de serviços em três linhas de atenção prioritárias: cuidado ao idoso, oncologia e odontologia. Na oportunidade, foi lançado o projeto “Idoso Bem Cuidado”, que apresenta propostas de atenção específica para a população idosa.
“As propostas do projeto “Idoso Bem Cuidado” vem ao encontro do trabalho, junto a nossas associadas, de promover a melhoria da qualidade do atendimento e, ao mesmo tempo, reduzir custos na medida em que um acompanhamento sistemático evita redundâncias de exames e prescrições e até mesmo interrupções de tratamento”, avaliou Vera Sampaio, gerente de Regulação de Saúde da FenaSaúde, que acompanhou os debates.
De acordo com o projeto, o hospital e a emergência deixam de ser a porta de entrada do paciente. O modelo propõe a existência de redes de atendimento especificas - acolhimento, núcleo integrado de cuidado, ambulatório geriátrico e cuidados complexos de curta duração e longa duração – além da atuação de profissionais que irão organizar o caminho de cuidado desse paciente. Segundo esse modelo, as operadoras adotam a função de gestoras do cuidado de sua população, organizando esse caminho em toda a hierarquia do cuidado.
É importante ressaltar que o crescimento mais acelerado do número de beneficiários com 60 anos ou mais de idade nos planos de assistência médica tem alterado a proporção entre jovens e idosos no mercado de saúde suplementar. Em dezembro de 2000, para cada beneficiário com 60 anos ou mais de idade, havia 3 com idades entre 0 e 19 anos. Atualmente, essa proporção é de 2 para 1.
Também chama a atenção as diferenças percentuais de ‘Custo por Exposto’ entre jovens e idosos, segundo levantamento de 2014, feito pela própria ANS: o exposto idoso custa 7,5 vezes mais no item ‘Exames complementares’, 5,7 vezes mais em ‘Terapias’, 6,7 vezes mais em ‘Outros atendimentos ambulatoriais’, 6,9 vezes mais nas ‘Internações’, e 7,7 vezes mais nas ‘Demais despesas assistenciais’.
“Não há como discordar que o Brasil passa pela transição demográfica com rápida elevação da proporção de idosos. A longevidade é um ganho extraordinário, mas tende a aumentar a demanda por assistência médica. Os impactos apenas começaram”, sinalizou Vera Sampaio.