Cerca de mil médicos conveniados a planos e seguros de saúde fizeram uma passeata na manhã desta quinta-feira, no centro de São Paulo, pelo aumento na tabela de honorários que recebem dessas empresas. Os médicos promovem uma paralisação nacional de 24 horas, referendada pela Associação Médica Brasileira (AMB), Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Segundo eles, o valor médio pago pelos planos de sáude por consulta gira em torno de R$ 39. A reivindicação é de que o preço mínimo pago seja de R$ 62. A expectativa é de que a adesão atinja pelo menos 70% da categoria. No Brasil, estima-se que existam cerca de 45,5 milhões de pessoas atendidas pelos planos e seguros de saúde. Cerca de 160 mil médicos são responsáveis pela realização de 223 milhões de consultas e 4,8 milhões de internações.
De acordo com Cid Cavalhares, presidente da Fenam, a Agência Nacional de Saúde (ANS) não tem cumprido a sua função legal de regulamentar o setor, principalmente na mediação dos conflitos econômicos entre médicos e planos de saúde. "Há uma irresponsabilidade social por parte dos planos, além de uma falta de diálogo. Queremos que eles abram as suas planilhas de custos. A população paga caro, por um serviço que está longe de ser satisfatório. Precisamos normatizar essa relação entre os médicos e os planos de saúde.", afirma.
Com paralisação de 24h das atividades, os médicos suspenderam consultas e procedimentos com data marcada de pacientes conveniados nessa data, preservando os casos de urgência e emergência em todo o Brasil. Na pauta de reivindicações estão o reajuste da tabela de honorários médicos, o fim da interferência direta na autonomia do trabalho dos profissionais e a regularização dos contratos, que segundo a categoria não têm cláusulas de periodicidade e critérios claros de reajuste.
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