Aparelho é uma tecnologia inovadora,
resultante da fusão do ultrassom de alta intensidade com a
ressonância magnética
O SUS irá ganhar um novo equipamento com capacidade para destruir
tumores cancerígenos. O aparelho chamado de High Intense Focus
Ultrassound (Hifu) será disponibilizado pelo Instituto do Câncer do
Estado de São Paulo (Icesp). E, é uma tecnologia inovadora,
resultante da fusão do ultrassom de alta intensidade com a
ressonância magnética.
Pioneiro na América do Sul, o novo procedimento será utilizado,
inicialmente, para tratar miomas e metástases ósseas, mas a ideia é
ampliar seu uso para outras áreas da oncologia. O investimento para
aquisição do equipamento foi de R$ 1,5 milhão.
O aparelho permitirá investigar novas terapias que, aliando o
ultrassom à ressonância magnética, viabilizarão o tratamento de
tumores sem a necessidade da realização de cortes e cirurgia ou de
internação. Por não ser invasivo, o método, que dura
aproximadamente duas horas, permite que o paciente realize o
procedimento consciente, permanecendo acordado e podendo voltar
para casa no mesmo dia.
O Hifu concentra até 1.000 feixes de energia ultrassônica com
extrema precisão em um tumor no interior do corpo. Cada feixe passa
através do corpo sem causar lesão, mas, quando convergem para o
ponto selecionado, elevam a temperatura nesse local. A ressonância
magnética serve para localizar e direcionar essa energia
precisamente no tumor, de forma interativa e em tempo real,
fornecendo imediata confirmação da eficácia da terapia.
Além disso, estão sendo desenvolvidos no Icesp tratamentos que
possibilitam a liberação de drogas quimioterápicas, em que
nanopartículas com elevadas concentrações de medicamentos (o que
pode ser altamente tóxico ao organismo, inviabilizando sua
aplicação intravenosa), são injetadas e liberadas apenas no tumor,
a partir do calor produzido pelo aparelho.
Os pacientes que se beneficiarão da novidade integrarão os
protocolos de pesquisa clínica do Icesp. Além de esta ser uma
novidade na área oncológica, a aquisição do equipamento estabelece
inúmeras possibilidades e caminhos no ambiente de pesquisa.
Isto representa um grande avanço não apenas para os pacientes do
SUS, como também para a instituição, que se reafirma como
referência na área de investigação e tratamento do câncer. Ganha,
também, o país, que passa a ser reconhecido por sua produção
científica e desenvolvimento de novos protocolos e
tratamentos.
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