A toxina botulínica tipo A já está
disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) para quem sofre de
certos tipos de disfunção muscular. Pacientes com sequelas de
acidente vascular cerebral (“derrame”), paralisia cerebral e outras
doenças relacionadas à contração muscular excessiva (chamada
“distonia” ou “espasmo”) podem ser tratados, gratuitamente, com
essa substância, que demonstrou bons resultados em diversos estudos
clínicos internacionais, por isso está incorporada em várias
diretrizes terapêuticas. O SUS, e também boa parte dos planos
privados de saúde, cobre, para fins terapêuticos, o custo da
substância no Brasil. Segundo especialistas, a toxina botulínica
tipo A ajuda a reconduzir pacientes às suas atividades diárias, com
melhoria no quadro geral de saúde.
A toxina é produzida a partir de um agente biológico e indicada
para o relaxamento dos músculos afetados facilitando sua
recuperação motora. A aplicação é um procedimento minimamente
invasivo, e feito em consultórios ou hospitais, por meio da injeção
de pequenas doses nos músculos afetados. O intervalo de uso da
toxina botulínica tipo A pode variar entre três e seis meses, de
acordo com o problema e a resposta de cada paciente. A aplicação
obedece a critérios médicos bem definidos para que haja sucesso no
tratamento.
Se comparado aos métodos convencionais isolados, o uso dessa
substância, combinado à fisioterapia intensiva, é mais eficaz e
acelera a recuperação dos pacientes que têm disfunções musculares.
“A toxina botulínica tipo A é uma medicação que pode ser
utilizada para controlar os sintomas de doenças que causam
contração muscular excessiva, tais como distonias (reações
involuntárias que alteram o movimento ou a postura normal) ou casos
de paralisia com rigidez muscular, como ocorre na maior parte dos
acidentes vasculares cerebrais. Nesses casos, a toxina é capaz de
reduzir essas contrações anormais, melhorar muito os sintomas dos
pacientes, promovendo mais qualidade de vida”, explica o Dr.
Vitor Tumas, chefe do Departamento de Neurociências e Ciências do
Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).
Tratamento multidisciplinar
A toxina botulínica tipo A para fins terapêuticos está disponível
no Estado de São Paulo nos centros de referência, tais como a Rede
Lucy Montoro, uma rede de reabilitação que conta com 17 unidades
entre capital e interior, atendendo 200 mil pacientes por mês.
Outro exemplo é o Lar Escola São Francisco, na cidade de São Paulo,
com 17 mil atendimentos mensais. Os dois centros de reabilitação,
além de usar a toxina botulínica, contam com um programa
multidisciplinar para diagnóstico e acompanhamento de pacientes com
deficiência física.
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