Método faz uso de estimulação
eletromegnética e é indicado para dores neuropáticas
No intuito de aliviar dores crônicas que não melhoram com remédios,
o Hospital das Clínicas de São Paulo está testando um tratamento
com estimulação magnética.
De acordo com informação do UOL, uma bobina que gera um campo
eletromagnético é apoiada na cabeça do paciente. O aparelho
estimula áreas do cérebro ligadas à dor e à liberação de
substâncias produzidas pelo próprio corpo que têm efeito
analgésico.
A técnica, não invasiva e indolor, é indicada para dores
neuropáticas, que atingem 7% da população.
Quando se torce o pé, por exemplo, o nervo saudável leva a
informação da dor para o cérebro. Na dor neuropática, a lesão é no
próprio nervo. A sensação pode ser de queimação, formigamento ou
pontadas.
É o caso de dores causadas por mal de Parkinson, esclerose
múltipla, fibromialgia, diabetes e quimioterapia, em pacientes com
câncer.
Segundo a instituição, mais de 500 pacientes já foram submetidos à
estimulação.
Menos remédios
Um estudo do grupo, publicado on-line no periódico "Pain", mostrou
a eficácia da técnica para dor de fibromialgia. A pesquisa avaliou
40 pessoas por seis meses.
De acordo com o Comitê Europeu de Dor da Sociedade Europeia de
Neurologia, não há dúvidas sobre os benefícios da estimulação
magnética. Além disso o método proporciona uma redução do número de
remédios para pacientes que já tomam outras medicações, como
diabéticos.
A estimulação também pode ajudar quem não tem bons resultados com
remédios.
De acordo com o Hospital das Clínicas, a técnica, ainda
experimental, deve ser aprovada pelo CFM (Conselho Federal de
Medicina) ainda neste mês.
Ressalvas
Estudos apontam que a estimulação transcraniana pode causar dor de
cabeça e, mais raramente, epilepsia.
De acordo com a Universidade Federal do Estado de São Paulo
(Unifesp), o tratamento pode causar efeitos colaterais temporários,
como tontura e visão com pontos luminosos. E ressaltou que é
preciso aguardar mais estudos para esclarecer as aplicações da
técnica e dar mais segurança aos pacientes.
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