Mesmo com o temor da crise
mundial, segmento da assistência odontológica amplia o número de
beneficiários e cumpre estimativa de crescimento.
Carlos Roberto Squillaci,
é presidente do Sinog – Sindicato Nacional das Empresas de
Odontologia de Grupo e em entrevista a Revista Seguro Total falou
sobre as perspectivas para 2010. O material especial do setor
mostra como o ano começa com novos produtos.
Para Squillaci , a
reflexão começa olhando para passado para entender o futuro.
“Iniciamos o ano passado com uma forte turbulência econômica
causada pelos reflexos do colapso financeiro mundial em importantes
segmentos, como os das indústrias siderúrgica e metalúrgica, além
daqueles que ligados a eles e que são, em sua maioria, compradores
dos serviços prestados pelas operadoras de planos médicos e
odontológicos.
O cenário desenhado para a
economia brasileira, embora estivesse melhor do que o dos países
desenvolvidos, também era considerado, pelos especialistas, como
sendo o de um ano de estagnação em todos os setores
produtivos.
Entretanto, os números que
estão sendo apresentados pelos diversos segmentos comprovam que a
sociedade pouco foi contagiada pela desaceleração e retração da
economia. Sobre os planos odontológicos, explicou que, em sua
grande maioria, são contratados através da modalidade coletiva,
tiveram, nos nove primeiros meses do ano, um aumento do número de
beneficiários de 11%, enquanto que na contratação individual e
familiar chegou a 20%. Esta inversão do crescimento do tipo de
contratação já era esperada, tendo em vista que uma grande parte
dos postos de trabalho formal foi desativada. A partir do segundo
trimestre, o crescimento produtivo da economia se deu pela
aplicação de uma política de redução de impostos, que possibilitou
à população manter o consumo aquecido. Diante da demanda crescente
por produtos, a indústria voltou a contratar trabalhadores que, por
sua vez, fizeram girar a economia, possibilitando a mais pessoas
terem acesso às necessidades básicas, entre elas os cuidados com a
saúde bucal.
Com relação a parte
comercial, o presidente do Sindicato diz que desde a fundação da
primeira empresa a comercializar planos exclusivamente
odontológicos, em 1966, até o final de 2001, o mercado atingiu 3,2
milhões de beneficiários. Em oito anos este número cresceu 280%,
alcançando mais de 12 milhões de usuários. Neste período os planos
odontológicos cresceram oito vezes mais do que os planos
médicos-hospitalares. O Sinog, por sua vez, detém, em seu quadro
associativo, empresas de odontologia de grupo que operam planos
cadastrados na Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, sendo
que as maiores fazem parte deste Sindicato. Isto significa que a
entidade, hoje, representa, através de suas associadas, cerca de
50% dos usuários de planos odontológicos do
Brasil.
Mesmo ainda sem fechar os
números de 2009, pode-se dizer que o segmento odontológico passou
incólume pela crise, mantendo seu crescimento como o esperado,
mesmo com as dificuldades impostas pela regulamentação da ANS sobre
todo o segmento.
As operadoras
exclusivamente odontológicas associadas ao Sinog, entretanto,
tiveram resultados ainda melhores do que as demais empresas na
mesma modalidade. Até setembro, o crescimento médio, em número de
beneficiários, foi de aproximadamente 24%, superior aos 15%
registrado pelo conjunto das operadoras de assistência
odontológica.
A perspectiva de
crescimento para os planos odontológicos deve chegar,
proporcionalmente, a quatro vezes o crescimento do PIB brasileiro.
A economia estima que o Produto Interno Bruto cresça algo em torno
de 5%, o que, comparativamente para a assistência odontológica,
deve representar cerca de 20%. Mas, também é necessário salientar
que todos os fenômenos negativos praticados no sistema financeiro
global, assim como todas as interferências, finalizou com
otimismo.