Na esteira dos problemas causados pela crise financeira que o país atravessa que diminui o poder aquisitivo da população, quase 30 mil moradores de Curitiba deixaram de contar com planos de saúde. Segundo a ANS – Agência Nacional de Saúde –, o volume de clientes desse tipo de serviço passou de pouco mais de um milhão em janeiro de 2016 para cerca de 985 mil em junho de 2018.
Em contrapartida, os postos de saúde da capital registraram 158,5 mil novos cadastros definitivos de usuários no SUS, o Sistema Único de Saúde, nesse mesmo período. Mas a superintendente de Gestão em Saúde da Prefeitura da cidade, Tânia Pires, explica que o aumento da expectativa de vida das pessoas também deve pesa nessa balança.
“Temos algumas situações já analisadas e esse aumento na demanda vem de dois pontos principais: primeiro o aumento do tempo de vida das pessoas, com doenças crônicas que são mais comuns nas idades mais avançadas. A outra situação foi a migração de pessoas que eram utilitárias de planos de saúde para o serviço público”, afirmou.
Ela também esclarece por quê esses cadastros revelam que houve aumento na demanda pelo serviço e ressalta que as estratégias de atendimento do Poder Público são suficientes para assistir à população de modo adequado.
“Esses cadastros definitivos, de pessoas que realmente são moradoras de Curitiba, já aponta um acréscimo na demanda. Nós sempre trabalhamos no SUS com a perspectiva da demanda da população em geral. Parte dos nossos serviços são utilizados mesmo por quem tem plano de saúde, como as vacinas, por exemplo”.
No fim de junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar publicou uma decisão autorizando as operadoras a reajustarem os planos de saúde individuais e familiares em até 10%. A resolução, com efeitos retroativos a 1º de maio deste ano, vale até 29 de abril de 2019.
A Justiça chegou a limitar o reajuste em 5,72% (índice equivalente à inflação atual medida pelo IPCA para o segmento de saúde e cuidados pessoais) a pedido do Instituto de Defesa do Consumidor, mas a liminar foi derrubada 10 dias depois. Com isso, o percentual de 10% ficou novamente autorizado. Em 2017, a taxa de correção definida foi de 13,55%.