Após entregar a cinco seguradoras um
documento com sugestões para a operação do seguro de automóvel no
Rio de Janeiro, que vem sofrendo com os altos índices de roubos e
furtos em diversas regiões, a Comissão de corretores formada no 1º
Encontro dos Corretores de Seguros da Baixada Fluminense, da Zona
Norte e da Zona Oeste, realizado em março, divulga agora os seis
itens apresentados.
Tanto o encontro como a elaboração do
documento foram uma iniciativa do Clube dos Corretores de Seguros
do Rio de Janeiro (CCS-RJ) em conjunto com a Associação dos
Corretores de Seguros da Baixada Fluminense (AFutebol), unidos pelo
objetivo de viabilizar a manutenção da carteira de seguros de
automóvel nas regiões mais afetadas pelo aumento do roubo de
veículos no estado.
A comissão é formada por seis
corretores, um dirigente do Clube e um da AFutebol, sendo dois
corretores da Zona Norte, um corretor da Zona Oeste e três
corretores da Baixada Fluminense. “A grave crise de segurança que
estamos vivendo vem atingindo com mais intensidade as Zonas Norte e
Oeste da capital e os municípios da Baixada Fluminense”, diz o
presidente do CCS-RJ, Jayme Torres.
Ele explica que a empreitada visa a
beneficiar não só os corretores das regiões representadas, mas de
todos os locais do estado que apresentam a mesma dificuldade, como
São Gonçalo, Niterói e algumas cidades da Região dos Lagos.
O problema social impacta a atividade
seguradora. Provoca, por exemplo, o aumento nas taxas de seguros,
que, muitas vezes, inviabilizam a manutenção dos segurados, inibe e
até proíbe a entrada de novos clientes. Outra consequência é a
recusa de riscos e de segurados sem histórico de sinistro, o que
dificulta a atuação dos corretores nas regiões, abrindo espaço para
a atuação das associações de fachada que comercializam a “proteção
veicular” ou “seguro pirata”.
Confira as sugestões:
1 – Criação de produto ou aumento do
desconto nos prêmios quando o segurado optar por porcentagem da
FIPE igual ou inferior a 90% nos produtos atuais. A participação do
cliente no prejuízo deverá contribuir para um cuidado ainda maior
do segurado com seu veículo e para reduzir proporcionalmente a
sinistralidade por Perda Total (PT);
2 – Criação de produto ou aumento do
desconto nos prêmios quando o segurado optar por franquia
facultativa nos produtos atuais. Hoje, a diferença de prêmios
gerados quando o segurado faz opção por franquia facultativa ou até
mesmo obrigatória em relação à franquia reduzida é muitas vezes
insignificante;
3 – Criação ou adaptação de produtos
atuais com cobertura exclusiva para Perda Total (PT), roubo e
acidente com limitação da FIPE em 80% a 90%, ou aplicação de
franquia com opções de 10% ou 20%. Trata-se de uma alternativa para
alta demanda de clientes preocupados com maior risco, porém, com
sua participação nos prejuízos, é provável que as fraudes sejam
reduzidas, devendo ser atraente também para proprietários de
veículos com mais de cinco anos de uso;
4 – Nas renovações sem sinistro,
limitar o reajuste do prêmio a 20%, ainda que seja necessário
aumento da franquia ou limitação da porcentagem da FIPE em 85%.
Essa ação evita a dificuldade de justificar alguns aumentos
extremamente significativos de prêmios para segurados que não têm
sinistro. Serve também para que esse segurado com bom histórico não
saia do nosso mercado;
5 – Melhores condições de aceitação
para carros blindados. A evolução tecnológica utilizada nos
veículos nos últimos cinco anos minimizou bastante os danos e os
riscos nos veículos, diferentemente do que ocorria no passado.
Porém, a política de aceitação desses riscos não acompanhou essa
evolução. Seria interessante uma reavaliação nesses critérios;
6 – Maior flexibilização na análise do
perfil do cliente. Muitos clientes têm o risco recusado ou o prêmio
agravado em função do seu histórico no Serasa. Entretanto, um
estudo revela que 41% dos brasileiros estão, de alguma forma,
negativados em função da crise econômica. A sugestão é uma análise
pontual, caso a caso, com o corretor, para identificar o que de
fato teria potencial para fraude.