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Óbitos de bebês com até 1 ano no 1º semestre representam 80% dos casos de 2017 em Americana

Fonte: G1 / Globo Data: 07 agosto 2018 Nenhum comentário

número de bebês nascidos vivos e que morreram antes de completar 1 ano de idade em Americana (SP), até junho de 2018, equivale a 80% de todos os casos registrados no ano passado. De acordo com a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do município, foram 16 óbitos no primeiro semestre, contra 20 em todo o ano de 2017.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mortalidade infantil é o principal indicador da saúde pública. Veja também a realidade dos maiores municípios da região de Campinas ao longo da reportagem.

O cálculo da taxa - média de mortes para cada mil nascidos vivos - em Americana em 2018 ainda é parcial. Com 1.370 bebês que vieram ao mundo na cidade nos seis primeiros meses, o coeficiente foi de 11,67 até junho.

A Vigilância justifica que não há como saber quantos novos óbitos de bebês nessa faixa etária ainda vão ocorrer até o fim do ano e, por isso, a parcialidade não mostra uma realidade da cidade. Disse, ainda que "não foi observado nenhum fator diferente" na cidade no período para explicar o número de mortes.

 

"Não podemos considerar um aumento da taxa de mortalidade infantil no ano de 2018, avaliando somente o número absoluto de óbitos. Para uma análise correta, temos que considerar no fim do ano o número de nascidos vivos", informou a Vigilância por nota.

 

A taxa considerada aceitável pela OMS é de 10 óbitos para mil nascimentos. A taxa de mortalidade em Americana em 2017 foi de 7,50, com 2.666 nascidos vivos. [Veja a evolução dos casos desde 2015 na tabela, abaixo]

 

Principais causas

 

Segundo a Vigilância, as principais causas de óbitos em menores de 1 ano de 2015 a 2017 foram:

 

  • Anos de 2015 e 2016
  1. Má formação e anomalias cromossômicas
  2. Infecção específica do período perinatal (primeiros 7 dias de vida)
  3. Transtorno respiratório cardiovascular do período perinatal
  • Ano 2017
  1. Má formação e anomalias cromossômica
  2. Transtorno respiratório cardiovascular do período perinatal
  3. Feto afetado por complicações maternas da placenta do cordão umbilical e das membranas

 

De acordo com a Vigilância, as taxas ficaram abaixo do estabelecido pela OMS nos dois últimos anos. A mortalidade infantil está relacionada a fatores como: assistência ao pré-natal, assistência ao parto, atendimento ao puerpério, tanto na rede SUS como na rede privada, além das causas externas de mortalidade, informou a Secretaria de Saúde.

Mortalidade infantil em Americana

Ano Nº de óbitos Taxa de mortalidade
2015 30 10,47
2016 18 7,42
2017 20 7,50
2018 (parcial) 16 (parcial) 11,67 (até junho)

Em relação aos últimos anos, a Secretaria de Saúde atribui a redução da taxa aos incentivos que a cidade oferece na rede pública. Conta com um programa de incentivo ao aleitamento materno e atendimento de puericultura e vacinação em 17 Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Na cidade são quatro maternidades, sendo uma pública e três privadas. A rede pública conta com uma UTI neonatal, e a rede privada também oferece essa opção para internação de bebês prematuros ou com complicações.

O serviço de saúde da mulher pelo SUS realiza o pré-natal de cerca de 50% das gestantes da cidade. De acordo com a Vigilância, o restante das grávidas possui planos de saúde.

 

Outras cidades

 

Entre as cinco maiores cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) que tiveram as prefeituras consultadas pelo G1 - Americana, Campinas, Hortolândia, Indaiatuba e Sumaré - Somente Sumaré (SP) não respondeu sobre as taxas e óbitos de bebês nos últimos anos.

No geral, todas acreditam que investir em um pré-natal cercado de cuidados é uma das saídas para evitar a mortalidade infantil.

 

Campinas

 

Houve um aumento na taxa de mortalidade entre 2016 e 2016, seguida de uma queda em 2017. No ano passado foram registradas 137 mortes, com taxa de 8,8, e 2018 tem parcial de 68 mortes.

Mortalidade infantil em Campinas

Ano Nº de óbitos Taxa de mortalidade
2015 129 7,96
2016 137 9,04
2017 137 8,8
2018 (parcial) 68 (parcial) 8,8 (parcial)

Coordenadora da Saúde da Mulher, Adolescente e Criança do departamento de Saúde, a pediatra Tânia Maria de Cássia Marcucci Oliveira explica que o indicador é anual e depende do número de nascidos vivos.

"A Prefeitura tem meta de se manter em um dígito, ficar por volta de 9. A maior causa de mortalidade é em cima da prematuridade. Criança nasce com idade gestacional menor que 38 semanas e, com isso, tem algumas complicações. Pra gente melhorar a prematuridade e pensando em diminuir o índice de mortalidade, tem que cuidar desse pré-natal da melhor maneira possível".

A cidade tem uma média de 15 a 16 mil novos bebês do município por ano, mas a conta chega a 21 mil se considerar as gestantes que vêm de outras cidades.

 

Hortolândia

 

A taxa de mortalidade chegou a 11,47 em 2016, ultrapassando o limite aceitável da OMS. No entanto, em 2017 a cidade registrou queda importante do índice, que foi para 8,08. Este ano, a taxa parcial, considerando nove óbitos de bebês até 1 ano, está em 8,68.

Mortalidade infantil em Hortolândia

Ano Nº de óbitos Taxa de mortalidade
2015 não informado 9,42
2016 não informado 11,47
2017 25 8,08
2018 (parcial) 9 (parcial) 8,68 (parcial)

Por nota, a Secretaria de Saúde informou que a "mortalidade infantil tem múltiplas causas, que estão relacionadas às condições do pré-natal, do parto e dos cuidados com o recém-nascido". Isso inclui as condições de vida, habitação, alimentação, renda, por exemplo.

Entre as principais causas estão: prematuridade, infecções não tratadas ou reincidentes na gestação, infecções no recém-nascido e malformações congênitas.

A secretária da Pasta, Odete Carmem Gialdi, ressaltou ao G1 que Hortolândia é uma cidade que tem vulnerabilidades, com população de baixa renda e o desemprego como fator que incide na qualidade de vida.

"Isso se reflete nas crianças e na gestação com mais impacto. Nós estamos revendo a linha de cuidado materno-infantil; as gestantes, quando fazem o teste de gravidez, tem que sair com consulta marcada, fazer os exames. A gente está ampliando os agentes comunitários de saúde para fazer a busca ativa à gestante", afirma.

 

Indaiatuba

 

A cidade também tem um histórico de altas taxas de mortalidade infantil. Em 2015 e 2016 ficaram acima de 10 (limite da OMS), mas caiu em 2017 e este ano também apresenta tendência de queda.

Mortalidade infantil em Indaiatuba

Ano Nº de óbitos Taxa de mortalidade
2015 não informado 10,89
2016 não informado 10,47
2017 não informado 9,75
2018 (parcial) não informado 9,51 (parcial)

Por nota, a Secretaria de Saúde de Indaiatuba informou que a redução gradual da mortalidade é fruto das ações do município para redução desse indicador.

"Observa-se que aproximadamente 30% das gestantes do município são provenientes de convênios/particular, indicando a necessidade de uma melhor sensibilização do profissional desta rede e da população em geral, para reduzir ainda mais o coeficiente de mortalidade, visto que cerca de 30% dos nossos óbitos são de pacientes de convênio", informou, por nota.

 

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