Neste ano, a faixa etária das
crianças foi ampliada, com a inclusão dos menores de cinco anos. O
público prioritário para a imunização é de 49,6 milhões de pessoas
em todo o país.
A campanha nacional de vacinação
contra gripe deste ano será realizada de 22 de abril a 9 de maio,
sendo 26 o dia de mobilização nacional. A novidade deste ano é a
ampliação da faixa etária para crianças de seis meses a menores de
cinco anos. No ano passado, o público infantil foi de seis meses a
menores de dois anos. A estratégia de mobilização para todo o país,
executada em parceria com estados e municípios, foi anunciada nesta
quarta-feira (02) pelo ministro da
Saúde, Arthur Chioro.
O público-alvo da campanha é de
49,6 milhões de pessoas e a meta do Ministério da Saúde é vacinar
80% desta população, considerada de risco para complicações por
gripe. Além das crianças de seis meses a menores de cinco anos,
integram este grupo pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores de
saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o
parto), população privada de liberdade e os funcionários do sistema
prisional. As pessoas portadoras de doenças crônicas
não-transmissíveis ou com outras condições clínicas especiais
também devem se vacinar. Para esse grupo não há meta específica de
vacinação.
Durante a apresentação da campanha,
o ministro Arthur Chioro destacou a importância da ampliação da
vacina ao público infantil. “A extensão da faixa etária para os
menores de cinco anos tem como finalidade reduzir casos graves e
óbitos”, ressaltou. Segundo o ministro, a vacinação desta faixa
etária beneficia tanto a criança que recebe a vacina, como também
os grupos mais vulneráveis que convivem com ela. Assim, são
imunizadas, indiretamente, lactentes menores de seis meses de idade
(crianças amamentadas); idosos e pessoas com doenças crônicas.
Outro fator que contribuiu para a inclusão desta faixa-etária foi o
fato de que as taxas de internação em crianças menores de cinco
anos, em 2013, terem se igualado a dos idosos.
O ministro lembrou ainda que,
apesar das diferenças climáticas no país, as recomendações para
prevenção da gripe são mesmas para todas as regiões. “É importante
manter os hábitos saudáveis de higiene, como lavar as mãos sempre e
manter os ambientes arejados”, aconselhou. Ele explicou ainda que o
Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estaduais e
municipais de saúde, está preparando a rede e as equipes de saúde
para o atendimento dos pacientes com gripe. Esta preparação também
inclui a realização de diagnósticos e abastecimento dos estados e
municípios com antivirais. “Todo o recurso que investimos em
prevenção, retorna à sociedade, seja na melhoria da qualidade de
vida da população ou pela diminuição dos casos graves e óbitos”,
afirmou Chioro.
O secretário de Vigilância em
Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, destacou a
importância do lançamento da campanha neste período que antecede o
inverno, estação mais propícia para a gripe. “A criação de
anticorpos ocorre entre duas e três semanas após a aplicação da
dose. Por isso é importante que as pessoas procurarem a vacinação
no período da campanha. Assim, quando chegar o inverno, estarão
protegidas”, afirmou Barbosa. O período de maior circulação da
gripe é de final de maio a agosto. O secretário ressaltou que a
vacina contra a influenza é diferente das demais porque tem efeito
limitado, ou seja, é elaborada apenas no período da
sazonalidade.
SEGURANÇA - A
escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização
Mundial de Saúde (OMS). Esta definição também é respaldada por
estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das
infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da
gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de
doenças respiratórias. A vacina contra gripe é segura e reduz as
complicações que podem produzir casos graves da doença, internações
ou, até mesmo, óbitos. Estudos demonstram que a vacinação pode
reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias
e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.
DOSES - Serão
distribuídas 53,5 milhões de doses da vacina, que protege contra os
três subtipos do vírus da gripe determinados pela OMS para este ano
(A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). Em todo o país, serão 65 mil
postos de vacinação, com envolvimento de 240 mil pessoas. Também
estarão disponíveis para a mobilização 27 mil veículos terrestres,
marítimos e fluviais.
As pessoas com doenças crônicas
devem apresentar prescrição médica no ato da vacinação. Pacientes
cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do
Sistema Único de Saúde (SUS) deverão se dirigir aos postos em que
estão registrados para receberem a vacina, sem a necessidade de
prescrição médica.
CAMPANHA- Com tema
“Vacinação contra a gripe: você não pode faltar”, a campanha do
Ministério da Saúde para este ano orienta cada público prioritário
a procurar os postos vacinação no período da mobilização. A
campanha será veiculada na TV, rádio, mídia exterior, mídia
impressa e internet. O custo total da campanha é de R$ 14
milhões.
MEDIDAS DE
PREVENÇÃO – A transmissão dos vírus influenza
acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias,
eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar.
Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando
entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). À população em
geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples
como medida de prevenção para evitar a doença, como: lavar as mãos
várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar;
evitar tocar o rosto e não compartilhar objetos de uso pessoal.
Em caso de síndrome gripal, deve-se
procurar um serviço de saúde o mais rápido possível. A vacina
contra a gripe não é capaz de eliminar a doença ou impedir a
circulação do vírus, por isso, as medidas de prevenção são muito
importantes, particularmente durante o período de maior circulação
viral, entre os meses de junho e agosto.
Também é importante lembrar que,
mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe -
especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às
complicações - devem procurar, imediatamente, o médico. Os sintomas
da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como
dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento
pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias,
piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e
prostração.
REAÇÕES
ADVERSAS – Após a aplicação da vacina, podem ocorrer,
de forma rara, dor no local da injeção, eritema e induração. São
manifestações consideradas benignas, cujos efeitos passam, na
maioria das vezes, em 48 horas. A vacina é contraindicada
para pessoas com história de reação anafilática prévia em doses
anteriores ou para pessoas que tenham alergia grave relacionada a
ovo de galinha e seus derivados.
PRODUÇÃO
NACIONAL – As doses da vacina contra a gripe foram
adquiridas por meio da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo
(PDP) entre o Instituto Butantan e o laboratório privado Sanofi. O
acordo, intermediado pelo Ministério da Saúde, permitiu que
Instituto Butantan dominasse todas as etapas de produção da
vacina.
Público-alvo e quantidade de doses enviadas por
UF
UF
|
Público-alvo
|
Doses enviadas
|
RO
|
353.528
|
381.810
|
AC
|
196.805
|
212.550
|
AM
|
928.263
|
1.002.520
|
RR
|
156.970
|
169.530
|
PA
|
1.699.228
|
1.835.170
|
AP
|
159.417
|
172.170
|
TO
|
325.110
|
351.120
|
NORTE
|
3.819.321
|
4.124.870
|
MA
|
1.533.092
|
1.655.740
|
PI
|
736.672
|
795.610
|
CE
|
1.995.760
|
2.155.420
|
RN
|
769.286
|
830.830
|
PB
|
946.099
|
1.021.790
|
PE
|
2.077.417
|
2.243.610
|
AL
|
705.431
|
761.870
|
SE
|
456.389
|
492.900
|
BA
|
3.297.342
|
3.561.130
|
NORDESTE
|
12.517.489
|
13.518.900
|
MG
|
4.904.622
|
5.296.990
|
ES
|
834.168
|
900.900
|
RJ
|
4.118.194
|
4.447.650
|
SP
|
11.842.222
|
12.789.600
|
SUDESTE
|
21.699.207
|
23.435.140
|
PR
|
2.893.790
|
3.125.290
|
SC
|
1.743.026
|
1.882.470
|
RS
|
3.558.081
|
3.842.730
|
SUL
|
8.194.896
|
8.850.490
|
MS
|
656.657
|
709.190
|
MT
|
682.996
|
737.640
|
GO
|
1.402.746
|
1.514.970
|
DF
|
603.867
|
652.180
|
C.OESTE
|
3.346.265
|
3.613.980
|
BRASIL
|
49.577.178
|
53.543.380
|
Categorias de risco clínico com indicação para vacina
contra influenza
Categoria de risco clínico
|
Indicações
|
Doença
respiratória crônica
|
Asma em uso de corticóides inalatório ou sistêmico
(Moderada ou Grave);
DPOC;
Bronquioectasia;
Fibrose Cística;
Doenças Intersticiais do pulmão;
Displasia broncopulmonar;
Hipertensão arterial Pulmonar;
Crianças com doença pulmonar crônica da
prematuridade.
|
Doença
cardíaca crônica
|
Doença cardíaca congênita;
Hipertensão arterial sistêmica com
comorbidade;
Doença cardíaca isquêmica;
Insuficiência cardíaca.
|
Doença renal crônica
|
Doença renal nos estágios 3,4 e 5;
Síndrome nefrótica;
Paciente em diálise.
|
Doença
hepática crônica
|
Atresia biliar;
Hepatites crônicas;
Cirrose.
|
Doença neurológica crônica
|
Condições em que a função respiratória pode estar
comprometida pela doença neurológica;
Considerar as necessidades clínicas individuais dos
pacientes incluindo: AVC, Indivíduos com paralisia cerebral,
esclerose múltipla, e condições similares;
Doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso
ou muscular;
Deficiência neurológica grave.
|
Diabetes
|
Diabetes Mellitus tipo I e tipo II em uso de
medicamentos.
|
Imunossupressão
|
Imunodeficiência congênita ou adquirida
Imunossupressão por doenças ou medicamentos
|
Obesos
|
Obesidade grau III.
|
Transplantados
|
Órgãos sólidos;
Medula óssea.
|
Portadores
de trissomias
|
Síndrome de Down, Síndrome de klinefelter, Sídrome de
Wakany, dentre outras trissomias.
|