A superintendente da SUSEP, Solange
Vieira, e o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso,
participaram do lançamento oficial do Instituto de Inovação em
Seguros e Resseguros da Fundação Getúlio Vargas (FGV IISR), nesta
quinta-feira, 13/05 em live no youtube.
O objetivo do Instituto é produzir e difundir pesquisas e análises
relacionadas à inovação e tendências futuras na indústria de
seguros no Brasil, além de acompanhar e estudar os movimentos
mercadológicos, regulatórios e tecnológicos em nível global que
possam gerar impactos nesse setor.
O evento, no formato virtual, teve ainda a participação do
presidente da FGV, professor Carlos Ivan Simonsen Leal, e membros
do Conselho Consultivo do FGV IISR: Jorge Lauriano Nicolai
Sant’anna, diretor-presidente da BMG Seguros; Cássio Gama Amaral,
sócio do Mattos Filho Advogados; e Antônio Cássio, presidente do
Conselho de Administração do IRB Brasil RE.
O professor Carlos Simonsen destacou que o mercado de seguros tem
um papel social importantíssimo e que é possível aumentar muito a
cobertura de seguros.
Ele lembrou ainda que o setor acaba estimulando a existência de
negócios em todas as áreas. “O Brasil tem que se modernizar e o
país vive o choque da pandemia cuja aceleração no processo de
digitalização tem como consequência o desemprego estrutural em
parte da população”, disse.
O instituto tem como objetivo desenvolver e promover entendimento
amplo sobre o papel e a importância do setor na economia e na
sociedade.
Em sua fala, Solange Vieira fez o registro da importância do seguro
na sociedade. “Seguro é proteção, é política pública e social à
medida que assegura a proteção das pessoas quanto ao seu
patrimônio, saúde e futuro”, sintetizou.
Ela ainda fez um resumo da atuação da Susep para tornar o setor com
menos entraves. “Até o final deste semestre devemos fazer uma nova
consulta pública do sandbox. É o regulador atuando para minimizar
as barreiras na entrada. A Susep tem trabalhado para permitir que o
setor possa se desenvolver sem amarras”, afirmou.
Ela alertou que no primeiro trimestre o setor de seguros registrou
um crescimento de 9,9%. “Estamos muito otimistas e atribuímos parte
desse crescimento a grande mudança que estamos vendo em todas as
esferas do seguro”, disse.
Otávio Damaso considerou de extrema importância a aproximação do
mercado, da academia, das empresas e do consumidor para entender as
dimensões que podem fomentar a indústria do seguro no Brasil. “Fico
feliz com essa iniciativa e tenho grandes expectativas”, comentou.
Ele ainda elogiou o trabalho de Solange Vieira à frente da
Susep.
Jorge Lauriano explicou que a ideia do instituto nasceu ao longo de
2020 em que se percebemos a necessidade de uma discussão mais
aprofundada por todos os temas ligados a seguros.
Para ele, o país passa por uma revolução no mercado de
infraestrutura, mas ainda tem uma série de fragilidades no
framework de garantias. “No mundo todo isso é tratado no âmbito do
seguro garantia”, afirmou.
Lauriano disse ainda que o regulador (Susep) conseguiu ser mais
inovador que o mercado. “É bom, mas é assustador. Não existe mais a
possibilidade de incumbência tradicional. Precisamos pensar o
mercado de maneira plural, envolvente e o instituto nasce com o
conceito de pluralidade. Estou feliz com o que estamos fazendo
hoje”, destacou.
Já Cássio Gama Amaral, sócio do escritório Mattos Filho, destacou
que a criação do instituto é um momento disruptivo. “O instituto
nasce independente e vai ajudar a todos. E essa independência
técnico-científica é importante para todos”, ressaltou. Ele também
alertou que o seguro é um regulador importante da iniciativa
privada. “É uma indústria que impacta de forma muito relevante”,
disse.
Antônio Cássio destacou que o grande problema do setor segurador é
inovar. “É uma atividade que parte da atuária que tem o viés de
tentar administrar o carro que está sendo dirigido por meio dos
retrovisores. A gente sempre tem a tendência de olhar para trás
para entender o futuro. Nem sempre o futuro tem a experiência
estatística”, comparou.
O professor Gesner Oliveira, coordenador do Centro de Estudos de
Infraestrutura e Soluções Ambientais da FGV EAESP, e a professora
da Queen Mary University of London Franziska Arnold-Dwyer
abordaram, do ponto de vista técnico, aspectos relevantes para a
contextualização dos desafios do setor de seguros e resseguros.
Gesner explicou que em breve será publicado um chamamento público
convidando pesquisadores de todo o mundo para contribuir com a
agenda de pesquisa.
Entre os temas já levantados pela FGV estão seguro e mudanças
climáticas, seguro saúde e sua importância durante a pandemia de
covid-19, mudanças regulatórias e legislativas, entre outros.
O evento foi mediado pela professora Goret Paulo, diretora da Rede
de Pesquisa e Conhecimento Aplicado da FGV e representante da
instituição no Conselho Consultivo do FGV IISR.