A Porto Seguro está ampliando a diversificação de negócios com a sua entrada no mercado de contas digitais. Segundo reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico, o CEO da vertical de negócios financeiros e serviços do grupo, Marcos Loução, afirmou, em teleconferência, que a Porto Seguro já está testando o modelo com mil colaboradores. “Nossa conta digital vai fazer o link entre produtos de crédito e financiamentos com serviços e seguros”, adiantou o executivo.
Ele acrescentou que as iniciativas na área de negócios financeiros vão além da conta e incluem a estruturação desse setor como um banco digital, incluindo ampliação da oferta de crédito. “Vamos empacotar e ter uma oferta dos vários produtos de crédito que já temos, como financiamento de veículos, crédito pessoal, cartão e consignado, ao mercado em geral e não só aos clientes da Porto. Nos últimos seis meses, implantamos uma plataforma de análise de crédito com modelagem nos preparando para isso”, explicou.
Dentro da nova estratégia com foco na diversificação, o grupo dividiu os negócios em quatro “verticais”. As duas primeiras são as de Seguros e a de Saúde, que têm como CEOs, respectivamente, Marcelo Picanço e Sami Foguel. Por enquanto, Loução comanda as outras duas (Negócios Financeiros e Serviços). Contudo, futuramente a área de Serviços ficará em uma nova companhia, a Porto Seguro Assistência e Serviços e também terá um CEO.
Segundo o CEO do grupo, Roberto Santos, a Porto Seguro aprofundou a estratégia de organização de verticais com alocação de profissionais da área de tecnologia nas unidades de negócios e com a implementação de soluções que impulsionem o crescimento de cada vertical”. A ideia é justamente ampliar a autonomia de cada área.
Já o CEO de Seguros, Marcelo Picanço, destacou o crescimento do seguro auto. Que avançou 17% no segundo trimestre, o que representou um ganho de ‘market share’ de 1,3 ponto percentual. “Em um ano, conseguimos adicionar 386 mil veículos à frota segurada, ou seja, praticamente uma seguradora top 10 inteira”, comemorou.
Essa expansão tem sido puxada pela Azul, que comercializa produtos mais populares. “Tivemos mais de 200 mil clientes por meio da Azul, que nunca tiveram seguro”, revelou Picanço.
A área de saúde sofreu o impacto da segunda onda da covid-19, concentrada no segundo trimestre. A pandemia afetou a parte de internações que foram mais longas e de tratamento mais intenso do que no ano passado.
O aumento da sinistralidade elevou o índice combinado para 101,7% nessa vertical. Com isso, o braço registrou prejuízo líquido de R$ 1,3 milhão no segundo trimestre.
Desde o início da pandemia, o Porto pagou mais de R$ 130 milhões em indenizações de seguro de vida a mais de 3 mil famílias devido à Covid-19. Houve ainda 8,4 mil beneficiários de saúde que precisaram ser internados.
Na área de serviços, a companhia pretende lançar um novo serviço por assinatura para donos de veículos nos moldes do produto existente que fornece assistência às residências. “Começamos a desenvolver essa mesma lógica para automóvel e nos próximos meses vamos lançar um produto de assistência por assinatura a veículos”, disse Loução.