Pesquisa da ABIMED revelar que, em média, 20%
a 30% dos pedidos de clientes não foram atendidos em agosto em
decorrência da paralisação e a situação deve se repetir em
setembro
A greve dos funcionários da ANVISA
acabou no final de agosto, mas o mercado de produtos para a saúde
só voltará ao abastecimento normal a partir de novembro, segundo
pesquisa realizada pela ABIMED (Associação Brasileira da Indústria
de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos
Médico-Hospitalares).
A pesquisa foi realizada entre 31
de agosto e 05 de setembro e respondida por dirigentes de 23
empresas das áreas Cardiovascular (63%); Cirurgia (42%);
Diagnóstico Clínico (37%) e Ortopedia (32%), associadas à ABIMED.
As empresas pesquisadas suprem os principais hospitais públicos e
privados de todo o país.
Os participantes revelaram que, em
média, 20% a 30% dos pedidos de clientes não foram atendidos em
agosto em decorrência da paralisação e a situação deve se repetir,
na mesma proporção, em setembro. Para outubro, a indústria estima
que 10% a 20% dos pedidos ainda ficarão sem atendimento.
Stents; produtos para controle de
hemorragia; cateteres de remoção de trombos e coágulos usados em
cirurgia vascular; sistemas para coleta de sangue; equipamentos
para infusão de medicamentos quimioterápicos e próteses ortopédicas
são alguns dos produtos cuja entrega foi prejudicada pela greve, de
acordo com a pesquisa.
“A demora em restabelecer o
abastecimento do mercado está relacionada ao tempo necessário para
importar matérias primas e produtos finais para o Brasil e ao
acúmulo de processos que aguardam análise da ANVISA. A greve criou
um gargalo que poderá levar meses para ser totalmente
desfeito”, afirma Gilberto Alfredo, vice-presidente da
ABIMED.
Na avaliação da ABIMED, no entanto,
a situação poderia ser ainda mais crítica se a ANVISA não tivesse
adotado medidas efetivas para agilizar o processo de importação
após o final da greve, em especial a suspensão da licença de
pré-embarque para produtos de saúde.
“A ANVISA justificou a medida
alegando que todos os produtos já são inspecionados ao desembarcar
no país. Este é um caminho positivo e eficiente, que pode abreviar
em até duas semanas o tempo de importação. O setor espera agora que
a ANVISA mantenha o esforço em busca de excelência operacional e
que incorpore definitivamente esta suspensão revendo a
regulamentação que determina o processo de importação de produtos
(RDC 81/2008)”, ressalta o vice-presidente da ABIMED.