Estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de
São Paulo aponta que, em 10 anos, houve uma queda de 9% da taxa
padronizada de mortalidade por câncer em todo o
Estado.
Enquanto no biênio de 1999/2000 a taxa no Estado de São Paulo
era de 104,6 para cada 100 mil habitantes, em 2009/2010 a taxa
apresentada foi de 95,2 óbitos para cada 100 mil habitantes.
Entre os homens, a morte em decorrência de um câncer obteve queda
de 10% no período de 10 anos. Entre 1999 e 2000, a taxa de
mortalidade masculina por câncer no Estado era de 131,1 para cada
100 mil habitantes. Já entre 2009 e 2010, a taxa foi de 118,6 para
cada 100 mil habitantes.
A diminuição das mortes por câncer entre as mulheres alcançou um
índice menor – 8% em todo o Estado. No biênio 1999 e 2000, a taxa
de mortalidade feminina era de 84,1 para cada 100 mil habitantes,
já entre 2009 e 2010, a taxa foi de 77,7 para cada 100 mil
habitantes.
O câncer de estômago está entre os tipos com maior redução no
Estado. Entre os homens, a redução foi de 28% em 10 anos (de 15,7
para 11,3). Já entre as mulheres, a queda foi de 23% (de 5,7 para
4,4).
Para José Eluf Neto, diretor-presidente da Fundação Oncocentro
de São Paulo (FOSP), ligada à Secretaria, a redução da mortalidade
por câncer no Estado tem diversas causas, entre elas a prevenção,
mais qualidade no tratamento e diagnóstico precoce.
Entre os homens, ainda se destacam a redução de 16% da taxa de
mortalidade por câncer de pulmão (de 20,5 para 17,2) e por câncer
de laringe (de 5,5 para 4,6), de 12% por câncer de cavidade oral e
faringe (de 8,3 para 7,3), e de 11% por câncer de esôfago (de 8,1
para 7,2) e por câncer de bexiga (de 3,6 para 3,2).
Neto ressalta que a redução da mortalidade por esses cânceres,
que são associados ao hábito de fumar, está ligada ao abandono do
tabagismo pelos homens, tendência observada há vários anos no
Brasil.
Entre as mulheres, os destaques são dos cânceres de colo de
útero (de 4,7 para 3,2, queda de 32%) e de corpo e partes não
especificadas do útero (de 4,2 para 3,2, queda de 24%). De
acordo com Neto, ambas as quedas indicam, sobretudo, maior acesso
ao exame de Papanicolaou.
Por fim, no mesmo período, houve queda da mortalidade por linfoma
não Hodgkin de 19% nos homens (de 3,1 para 2,5) e de 14% nas
mulheres (de 2,2 para 1,9).
O diretor-presidente da FOSP explica que a queda da mortalidade
desse tipo de câncer está associada à melhora no acesso do paciente
ao tratamento.
Entre os tipos principais de cânceres que levaram homens ao
óbito estão os de pulmão, de próstata (queda da taxa de 14,3 para
13,2) e de estômago.
Já com as mulheres, os principais cânceres foram os de mama
(queda da taxa de 14,6 para 13,3), de cólon e reto (aumento da taxa
de 7,5 para 8,2) e o de pulmão (aumento da taxa de 6,7 para
7,8).