Até abril, ela foi encontrada em cinco pacientes. O Ministério
da Saúde determinou medidas de segurança para hospitais de todo o
país.
No Rio Grande do Sul, a preocupação é com uma superbactéria
resistente aos antibióticos. Cinco casos já foram confirmados. O
Ministério da Saúde determinou medidas de segurança para hospitais
de todo o país.A superbactéria surgiu no Hospital Conceição em
setembro do ano passado, mas só agora os casos foram divulgados.
Até abril, ela foi encontrada em cinco pacientes. Apenas um teve
infecção, e já recebeu alta.
A bactéria encontrada no hospital pertence a um grupo que nunca
tinha sido encontrado no país. Ela produz uma substância que impede
a ação dos medicamentos, por isso, mesmo os antibióticos mais
potentes não fazem efeito.A superbactéria se desenvolve em
pacientes submetidos a tratamentos com antibióticos potentes, mas
que não eliminam todos os microorganismos. Aqueles que sobrevivem
se tornam resistentes e se multiplicam.“Essa capacidade de produção
é uma informação genética que é transmissível entre as
bactérias.
É como se uma bactéria pudesse ensinar a outra a também produzir
essa enzima e se tornar resistente a quase tudo”, ressalta o médico
Luís Fernando Correia.A bactéria NDM-1 apareceu pela primeira vez
em Nova Deli, na Índia, em 2009. Seguiu para a Inglaterra, Estados
Unidos e Canadá. Em 2012, novos casos foram notícia na Argentina,
Uruguai, Venezuela e Paraguai. Até chegar, no início deste ano, ao
sul do Brasil.
“Em função da identificação desse tipo de bactéria no Brasil
aquelas recomendações de rotina de controle de infecção têm que ser
reforçadas em todo Brasil”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha.Segundos os médicos, a contaminação serve de alerta para o
uso excessivo de antibióticos, dentro e fora de hospitais. “A
prescrição não racional, inadequada, de antimicrobianos, também é
um forte vetor para induzir a resistência bacteriana”, ressalta o
professor de epidemologia Ricardo Kuchenbecker.
“A principal medida de controle hospitalar é lavar as mãos. Por
incrível que pareça, esse ato simples é a maior barreira de
transmissão de uma bactéria de um paciente para outro”, afirma Luís
Fernando Correia.O Grupo Hospitalar Conceição afirmou que adota
práticas para o controle de infecção e que trabalha com a Anvisa no
combate às bactérias resistentes.