A expectativa é de que, até 2014, sejam implantados 280 centros
em todo o país, com previsão de liberar R$ 165,5 milhões para
investimento e custeio dessas unidades
O Ministério da Saúde está disponibilizando aos estabelecimentos
hospitalares que fazem parte da Rede Cegonha recursos financeiros
para a implantação e custeio de Centros de Parto Normal (CPN). A
iniciativa visa ampliar e qualificar a estrutura de atendimento às
gestantes e recém-nascidos. Na semana passada foi publicada a
Portaria nº 904 que estabelece as diretrizes para implantação e
habilitação dos CPN. A expectativa é de que, até 2014, sejam
implantados 280 centros em todo o país, com previsão de liberar R$
165,5 milhões para investimento e custeio dessas unidades.
“Estamos, com esta medida, garantindo o direito das mulheres a
espaços de cuidado que possibilitam uma ambiência adequada e que
favoreçam as boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento”,
destacou o ministro da Saúde Alexandre Padilha. “Com a implantação
dos Centros de Parto Normal, as gestantes vão ganhar atenção
qualificada, segura e humanizada”, completou.
O CPN é uma unidade de saúde que presta atendimento humanizado e
de qualidade exclusivamente ao parto normal. Inserido no sistema de
saúde local, o Centro atua de maneira complementar às unidades
existentes e é organizado no sentido de promover a ampliação do
acesso, do vínculo e do atendimento ao parto e puerpério. O centro
pode se localizar nas dependências internas do estabelecimento
hospitalar (unidade intra-hospitalar) ou nas dependências
externas, a uma distância de, no máximo, 200 metros do
estabelecimento (unidade peri-hospitalar).
A portaria estabelece ainda os tamanhos e as respectivas
capacidades de produção dos centros. O CPN peri-hospitalar será
composto por cinco quartos, com realização mínima de 840 partos/ano
(média de 70 partos/mês).
Já na modalidade intra-hospitalar deve ter cinco ou três
quartos (com produção mínima de 480 partos anuais ou média de 40
partos por mês).
A equipe multiprofissional do centro deve ser composta por
enfermeiros obstétricos, técnicos de enfermagem e auxiliares de
serviços gerais.
INCENTIVOS – Os hospitais receberão R$ 540 mil para ampliação da
área física e R$ 270 mil ou 189 mil para reforma do Centro, de
acordo com a capacidade de atendimento. Para aquisição de
equipamentos, mobiliários e materiais, os hospitais receberão R$
165 mil ou R$ 100 mil, de acordo com o número de quartos. Os
recursos de custeio somam R$ 80 mil e 50 mil, segundo a
capacidade.
No Sistema Único de Saúde (SUS), os partos normais
corresponderam, atualmente, a 63,2% dos partos realizados. Em 2012,
foram realizados 1.123.739 partos normais e 753.766 cesáreas pelo
SUS.
HUMANIZAÇÃO – A atenção humanizada ao parto e nascimento é
fundamentada na importância do fortalecimento do protagonismo e da
autonomia da mulher neste momento. Este modelo de parto incentiva a
participação da gestante nas decisões referentes às condutas,
protege a mulher contra violência ou negligência, reconhece os
direitos fundamentais de mulheres e crianças a tecnologias
apropriadas de atenção em saúde, com a adoção de práticas baseadas
em evidências, e garante o direito à acompanhante de livre
escolha.