Ideia não é substituir uso de água e
sabão, mas garantir que os profissionais higienizem as mãos mesmo
quando elas não apresentem sujeira
Apenas 40% dos profissionais de saúde brasileiros têm o hábito de
higienizar as mãos com produtos à base de álcool, seja na forma
líquida, gel ou espuma. Atualmente, a prática não é obrigatória em
hospitais e clínicas, mas uma resolução da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) quer transformar a recomendação em
regra.
Com base em parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), a
Anvisa quer tornar obrigatório o uso das chamadas preparações
alcoólicas nos pontos de assistência e tratamento, salas de
triagem, de pronto-atendimento e de emergência, além de
ambulatórios, consultórios de postos de saúde e até nos serviços de
atendimento móvel.
De acordo com a chefe da Unidade de Investigação e Prevenção de
Infecções e Eventos Adversos da Anvisa, Janaína Sallas, a higiene
das mãos com produtos com álcool reduz significativamente o risco
de contaminação de um paciente para outro. "Estudos
internacionais mostram que a higienização com álcool reduz a carga
microbiana [nas mãos] em 80%. Isso reduz em até 70% as
possibilidades de infecção cruzada", explica.
A ideia não é substituir uso de água e sabão, segundo Janaína, mas
garantir que os profissionais de saúde higienizem as mãos mesmo
quando elas não apresentem sinais visíveis de sujeira.
A proposta da Anvisa vai ficar sob consulta pública por 60 dias.
Após recebimento e análise das contribuições, o texto deve ser
transformado em regra e os estabelecimentos de saúde terão um prazo
para se adequar.
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