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A proposta de diminuir o valor das
mensalidades dos planos de saúde individuais por meio do pagamento
de uma franquia não foi bem aceita pelas entidades de defesa do
consumidor, segundo informou o jornal O Globo.
Os maiores temores são de que o consumidor deixe de fazer exames
preventivos, piorando sua saúde, e de que a franquia sirva apenas
para capitalizar as empresas.
Pelo sistema, o usuário deposita um determinado valor de franquia e
vai abatendo consultas e exames. Quando a quantia acaba, a
operadora banca o restante.
De acordo com o superintendente executivo do Estudos da Saúde
Suplementar (IESS), José Cechin, o plano com franquia permitiria
baratear as mensalidades. Para não estimular uma indústria de notas
frias, é sugerido um mecanismo para transferir o dinheiro da conta
do plano para o médico.
Outro lado A coordenadora institucional da Pro Teste
Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, Maria Inês Dolci,
teme que, para não mexer nessa poupança, o consumidor deixe de
fazer seus exames anuais. "Esse modelo pode ser perverso para a
saúde do consumidor. Além disso, hoje a operadora não consegue
tirar o consumidor de um plano individual, mas, por essa proposta,
se o consumidor não tiver o dinheiro da franquia, ele pode ficar
sem plano nenhum. Falta ainda explicar como fica a portabilidade de
planos e a questão do tempo de carência", afirmou ao Globo.
De acordo com o coordenador jurídico da Associação de Proteção e
Assistência aos Direitos da Cidadania (Apadic), Antonio Mallet,
essa proposta capitaliza as operadoras e aumenta as obrigações dos
consumidores.
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