Aumento se
deve à expansão da rede do SUS e maior descentralização da oferta
de serviço
Os
transplantes de maior complexidade foram os que mais cresceram no
país nos últimos anos. Os avanços concentram-se, sobretudo, nas
cirurgias de órgãos sólidos, em que o crescimento foi de 18% entre
2010 e 2013, chegando a 7.579 atendimentos. Nesta categoria,
destacam-se os transplantes de pulmão, cujo número de cirurgias
realizadas mais que dobrou no período; e coração, com aumento de
60%. O de medula óssea, que se enquadra nos transplantes de
tecidos, também está entre os de maior expansão, com aumento de
24,6% em três anos.
Considerando todos os tipos de transplantes, o
Brasil passou de 21.040 cirurgias, em 2010, para 23.457, em 2013.
Embora os procedimentos considerados mais complexos não sejam os de
maior número, eles exigem melhores serviços e equipes, desde a
organização da captação de órgãos até a cirurgia e acompanhamento
da recuperação dos pacientes. Em 2013, foram 134 transplantes de
pulmão, 268 de coração e 2.113 de medula óssea.
Os
avanços estendem-se ainda para as cirurgias de órgãos sólidos mais
realizadas, como de rim, que teve aumento de 4.660 transplantes
para 5.288 entre 2010 e 2013; e fígado, que passou de 1.404 para
1.726 no mesmo período. Sobre os transplantes de tecidos, além de
medula óssea, que teve maior crescimento, córnea também registrou
um aumento importante, passando de 12.923 para 13.765 nos últimos
três anos.
“Houve um esforço muito grande por parte do
Ministério da Saúde em criar novos centros de transplantes,
inclusive em regiões onde não havia tradição na oferta desse
serviço. Com a expertise alcançada na última década, conseguimos
ampliar o número de equipes especializadas e iniciar um processo de
descentralização desta oferta. O Brasil é uma referência mundial
nesta área, que é de alta tecnologia”, destacou o ministro da
Saúde, Arthur Chioro.
Entre
2010 e 2013, houve aumento de 12,4% na quantidade de serviços
habilitados pelo Ministério da Saúde para realizar transplantes no
país, passando de 660 para 742. Minas Gerais é destaque, com
aumento de 30 unidades, elevando de 54 para 84 a quantidade de
estabelecimentos, seguido por Ceará, que passou a contar com mais
15 unidades transplantadoras autorizadas entre 2010 e 2013,
totalizando 34 centros. Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal e
Espírito Santo tiveram um total de 30 novos serviços e, no Norte do
país, Pará passou a contar com mais três, totalizando
13.
Com a
ampliação dos serviços, o número de pessoas aguardando por um
transplante no país caiu 56,8% nos últimos três anos. Em 2010,
59.728 pessoas estavam na lista nacional de espera e, em 2013, esse
número passou para 38.074. O controle do atendimento aos pacientes
é realizado pelas Centrais Estaduais de transplantes, que mantém em
seus cadastros todas as informações sobre compatibilidade e
situação de saúde do paciente.
O
transplante de córnea é o que mais apresenta redução da lista de
espera, isso porque seis estados zeraram a fila por esta cirurgia
em 2013. É o caso de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco,
Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, que juntos respondem por
mais 60% dos transplantes de córnea do país. Em outros estados a
lista de espera está com poucos nomes e, por isso, com tendência de
zerar. Isso ocorre em Mato Grosso e no Distrito Federal.
A
lista de transplante de córnea é considerada zerada quando a
quantidade de pessoas que devem fazer a cirurgia está dentro ou
abaixo da capacidade média mensal de atendimento do estado. Como
muitos estados zeraram a fila e outros conseguiram reduzir a lista
de espera, o número de cirurgias de córneas vêm caindo.
O
aumento do número de doadores é um dos aspectos que também impacta
na fila de espera. O número de doadores efetivos no Brasil passou
de 1.896, em 2010, para 2.562, em 2013, um aumento de 35,6% no
número de famílias que optaram por doar os órgãos de seus parentes.
Com isso, o indicador de doadores por milhão passou de 9,9, em
2010, para 13,4, em 2013, um salto importante para alcançar a meta
do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde de
chegar a 15 pmp até 2015.
INVESTIMENTO – Para expandir a rede de
atendimento em transplantes, houve aumento de 16,6% no investimento
na área, chegando a R$ 1,4 bilhão em 2013. Esses recursos
concentram-se na realização das cirurgias e em todo o processo que
garante o sucesso do transplante, como incentivo à doação e
captação de órgão, uma rede de informação bem articulada em todo o
país, oferta de medicamentos, exames e acompanhamento dos
pacientes.
Referência mundial no campo dos transplantes, o
Brasil realiza 95% dos procedimentos no Sistema Único de Saúde
(SUS). Trata-se do maior sistema público de transplantes do mundo.
Importante ressaltar que o país se destacou mundialmente em número
e em qualidade de registro de doadores voluntários de medula óssea,
passando de 30 mil doadores para 3,2 milhões de doadores nos
últimos dez anos.
Em
2012, o MS liberou incentivos para hospitais que realizam
transplantes, além do pagamento dos procedimentos. Com as novas
regras, os hospitais que fazem 4 ou mais tipos de transplantes
podem receber um incentivo de até 60%. Para os que fazem 3 tipos de
transplantes, o recurso será de 50% a mais do que é pago
atualmente. Nos casos das unidades que fazem 2 ou apenas 1 tipo de
transplante, será pago 40% e 30% acima do valor,
respectivamente.
Desde
2003, o Ministério da Saúde investe em pesquisas envolvendo
transplantes. Entre 2003 e 2013, o MS fomentou 29 pesquisas com
seres humanos, totalizando um investimento de R$ 4,4
milhões.