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Crescem fusões e aquisições no setor de seguros

Fonte: Revista Apólice Data: 12 maio 2015 Nenhum comentário

A Swiss Re divulgou um novo estudo sigma sobre fusões e aquisições no setor de seguros.Intitulado como “M&A in insurance: start of a new wave”, o documento mostra que as atividades de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) no setor de seguros estão em ascensão, embora o número de ofertas ainda permaneça bem abaixo dos níveis vistos antes da crise financeira.

Após o declínio acentuado em 2009, as atividades gerais de fusões e aquisições no setor de seguros permaneceram relativamente paralisadas nos anos seguintes. Porém, a atividade se recuperou nos últimos meses, enquanto a geração de negócios futuros também aumentou: o total de anúncios de M&A aumentou de 295 no primeiro semestre de 2014 para 359 no segundo semestre do mesmo ano.

Esta dinâmica continua em 2015. Evidências de pesquisa também indicam que a opinião relativa às fusões e aquisições está se transformando à medida em que há uma melhora gradual da confiança nas perspectivas econômicas, e os participantes do mercado veem as aquisições ou fusões como um forma de aumentar a rentabilidade e de reforçar seus balanços.

Negócios defensivos e estratégicos vêm à tona

Os principais temas das operações de M&A em seguros incluem desinvestimentos em blocos fechados e operações de run-off. Tais alienações podem ser uma maneira eficaz de alcançar a saída antecipada do negócio em processo de run-off, de forma que o capital possa ser reinvestido em linhas de negócios novas ou expandidas. O nível de atividade no setor de seguradoras e resseguradoras especializadas também está crescendo, uma vez que as empresas estabelecidas respondem a pressões competitivas intensificadas. O surgimento da capacidade alternativa de absorção de riscos pelos fundos hedge, bancos de investimento e fundos de pensões forçou a queda dos preços de algumas linhas de patrimonial e responsabilidade civil, fazendo com que alguns seguradores/resseguradores especializados em Bermuda e o Lloyd’s combinassem suas operações para assumir riscos corporativos mais amplos e emergentes e reduzir os custos operacionais.

“O que está acontecendo é expulsão de seguradoras e resseguradoras especializadas de médio porte do mercado”, diz Kurt Karl, economista-chefe da Swiss Re. “Algumas empresas não têm porte ou uma extensão de serviços suficiente para diferenciar a sua oferta de uma capacidade de resseguro mais comoditizada. Mais a frente, continuaremos a ver novas saídas forçadas no setor, à medida em que as empresas se unem em busca de sinergias de receita e custo”.

Além do setor de seguros e resseguros especializados, também ocorreram negócios estratégicos para expansão de conhecimento, capacidades de distribuição e alcance geográfico. Houve uma recuperação da atividade de M&A nos mercados emergentes, particularmente na Ásia-Pacífico e América Latina, com seguradoras de países desenvolvidos continuando a focar na expansão em mercados de alto crescimento. Mas, cada vez mais, as seguradoras dos mercados emergentes estão encarando as aquisições em mercados avançados como uma forma de se diversificar geograficamente e entre linhas de negócios.

O setor de intermediários também experimentou um aumento nas atividades de M&A. As corretoras do segmento de atacado buscam ativamente a expansão internacional em resposta às crescentes demandas de grandes corporações por parcerias com empresas que possuem presença internacional. A consolidação em mercados domésticos também acelerou a motivação para que agentes e corretoras sejam economias de escala e capazes de fornecer uma linha completa de serviços analíticos a seus clientes.

Retomada permanece em setores específicos

Apesar da aceleração da atividade de M&A em seguros, o número total de transações, hoje, permanece bem abaixo dos níveis anteriores à crise financeira. Em todo o mundo, fechou-se 489 negócios em 2014, comparado aos 674 em 2007. Além disso, o aumento da atividade não é uma onda do setor, e é improvável que se torne uma. A incerteza, ainda considerável, das perspectivas macroeconômicas e regulamentares globais torna desafiadora a seleção de negócios de aprimoramento de valor, o que restringe o apetite das empresas por fusões e aquisições.

O que provavelmente ocorrerá é uma continuação das tendências recentes de aumento de atividades de M&A em determinados segmentos, já que as empresas respondem às mudanças cíclicas e estruturais do setor. A introdução de regulamentos, como a Solvência II, incentivará algumas seguradoras a se reestruturar em busca de eficiência de capital e/ou de economias de escala ou alcance. Da mesma forma, o influxo de capital alternativo continuará a estimular os negócios, especialmente se os investidores financeiros tornarem-se vendedores ativos, tão ativos quanto são compradores. O acesso à tecnologia de distribuição digital é outro determinante de M&A que provavelmente exerce crescente influência.

Desafio

A trajetória de sucesso das fusões e aquisições em seguros, como em outros setores, é mista. A análise empírica da evolução dos preços das ações das seguradoras envolvidas em uma fusão ou aquisição na última década sugere retornos positivos a longo prazo para os compradores, mas há uma grande variação entre as transações. De acordo com Darren Pain, coautor do relatório, “os negócios que parecem criar valor de forma mais consistente são aqueles em que as empresas são do mesmo país e aqueles que combinam empresas de diferentes partes da cadeia de valor de seguros”.

A tarefa de redução de riscos operacionais e de negócio para alcançar sucesso em uma fusão ou aquisição depende, por fim, dos gestores das companhias de seguros. Soluções de resseguro podem possivelmente ajudar a reforçar ou aliviar a pressão nos balanços da seguradora antes e depois de uma transação. Na realidade, porém, o resseguro é subutilizado como ferramenta de gestão de capital nas fusões e aquisições.

 

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