Atuam no segmento a inglesa
Petplan, especializada em cobertura de cuidados com animais de
estimação, e a Porto Seguro, que adicionou a modalidade veterinária
ao seu portfólio
SÃO PAULO – O crescimento do
mercado pet no Brasil, com um potencial de expansão estimado em 9%
neste ano, explica a variedade de produtos e serviços para animais
de estimação. Agora é a vez dos planos de saúde. Além da inglesa
Petplan, que oferece apólices para cobertura de cuidados com cães e
gatos, a Porto Seguro lançou a modalidade veterinária neste
ano.
Segundo a Associação Brasileira da
Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o País
responde por 8% do mercado mundial e ocupa a segunda posição no
ranking, atrás apenas dos Estados Unidos (30%). O Brasil tem hoje
37,1 milhões de cães e 21,3 milhões de gatos. Dados da ferramenta
Pyxis Consumo, do Ibope Inteligência, apontam que o brasileiro deve
gastar cerca de R$ 7,9 bilhões com seus bichos neste ano, 9% a mais
do que em 2014. O mercado pet nacional faturou R$ 16,2 bilhões no
ano passado, resultado 8% acima do alcançado um ano antes. A
medicina veterinária responde por 10% dessa receita.
Na visão de Nelo Marraccini,
vice-presidente da unidade de comércios e serviços do Instituto Pet
Brasil (IPB), os donos estão se mostrando mais dedicados à saúde de
seus pets, o que amplia a chance de negócios voltados à saúde
animal darem certo. “A relação entre as pessoas e seus animais de
estimação está mais próxima. Hoje se tem a consciência de que é
preciso cuidar bem deles”, afirma.
Para ingressar no segmento, a Porto
Seguro adquiriu a Health Pet, uma empresa novata que oferecia o
serviço em São Paulo e na Baixada Santista. O plano da companhia
agora é expandir o serviço para todo o território nacional.
“Estamos finalizando a
infraestrutura necessária para atender esse público. Ela já está
montada em São Paulo e no litoral Sul. No segundo semestre, vamos
montar a rede conveniada no Rio de Janeiro e em outras duas
capitais. Em três ou quatro poderemos oferecer esse produto em todo
o País”, diz Roberto Santos, diretor geral da Porto Seguro e
responsável pelas diretorias de operações de saúde e Health for
Pet.
Sem mencionar valores, o executivo
afirma que a aquisição foi importante na estratégia para a entrada
da companhia no segmento de saúde animal. “[A Health for Pet] era
uma empresa muito nova, então tivemos que trabalhar essa
infraestrutura. Tínhamos que entrar nesse mercado de alguma forma e
essa aquisição foi a maneira que encontramos”, conta.
Hoje, a Porto Seguro tem 1,2 mil
clientes nesse segmento. A previsão é que esse número cresça de
forma agressiva nos próximos meses. “Temos 15 milhões de potenciais
compradores no Brasil. Ainda é cedo para falar em números, mas
devemos dar um pulo no número de vendas a partir do momento em que
colocarmos o produto à disposição dos nossos corretores
cadastrados, o que deve acontecer nas próximas semanas”, afirma
Santos.
Há quatro anos no mercado
brasileiro, a inglesa Petplan não encara a entrada de outros
players como uma dificuldade. “Acreditamos que a entrada de
concorrentes de qualidade seja bastante positiva para o mercado,
que passa a ter mais opções de produtos e disseminação do conceito
[de planos de saúde]. Quem sai ganhando são os veterinários e
consumidores”, afirma Marcello Falco, CEO da Petplan no Brasil.
O executivo diz que a popularização
dos planos de saúde veterinários pode ajudar a conter a inflação de
produtos e serviços do setor, já que os convênios oferecem exames,
consultas e internações com preços mais baixos que os cobrados por
clínicas particulares. “A inflação veterinária foi mais alta do que
a média inflacionária brasileira nos últimos dez anos pelo IPCA. O
seguro saúde acaba por proteger nosso bolso e impulsionar toda a
cadeia”, sustenta Falco.
Plano x particular
Dados do IPB mostram que as opções
mais básicas de convênios veterinários cobram em torno de R$ 35
pela cobertura do pet, que inclui atendimento ambulatorial, exames,
vacinas e implantação de microchip. Os mais sofisticados podem
custar entre R$ 159 e R$ 217, e dão direito também a procedimentos
cirúrgicos, internação, reembolso por consultas particulares e até
limpeza de tártaro. O valor é o mesmo para cães e gatos e pode
variar de acordo com a idade do animal.
Os valores podem valer a pena se
comparados aos cobrados em cada procedimento nas clínicas. Segundo
um levantamento do IPB, na Zona Leste de São Paulo, por exemplo, o
preço médio é de R$ 100. O exame laboratorial sai por R$ 42. Uma
cirurgia não custa menos de R$ 450, além da diária de internação,
de R$ 750 em média. Os custos levaram em conta os procedimentos
para um cachorro da raça labrador, de porte médio, com cerca de um
ano e dois meses.