Enquanto as entidades
médicas defenderam a aprovação do projeto, que regulamenta a
atividade e define atos exclusivos do médico, fisioterapeutas,
psicólogos, famacêuticos, enfermeiros e optometristas não
concordaram
Audiência pública chamada no Senado Federal para debater o
projeto de lei do “Ato Médico” opôs, nesta quinta-feira, médicos a
fisioterapeutas, psicólogos, famacêuticos, enfermeiros e
optometristas.
Enquanto as entidades médicas defenderam a aprovação do projeto,
que regulamenta a atividade e define atos exclusivos do médico, as
demais profissões teceram críticas ao texto e disseram que a
proposta os coloca em situação de desvantagem.
Segundo o presidente do Conselho Federal de Psicologia, as
pequenas invasões nas autoridades das profissões criam um clima
ruim entre os profissionais de saúde. E ressalta que o projeto de
lei vem para dizer que existe um profissional melhor que o
outro.
Entre as ações reclamadas pelas demais profissões como
não-médicas estão exames e laudos citopatológicos e a medição da
visão.
O presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D’Ávila,
disse que não se trata de reserva de mercado ou de corporativismo.
De acordo com D’Ávila, defende- se o diagnóstico e o tratamento
privativo do médico. Quem pode pagar vai ao médico. E quem não pode
pagar? Ele disse que se sabe que 30% das equipes do saúde na
família não têm médicos.
Cid Carvalhaes, presidente da Federação Nacional dos Médicos,
afirmou que é preciso diferenciar o profissional médico. Segundo
Carvalhaes a formação de um médico considera 8 mil horas na
graduação, além das especialidades. E completa ao dizer que outras
profissões não chegam a 3 mil horas de formação.
O relator do projeto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)
do Senado, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), disse que o
projeto aprovado pela Câmara é inaceitável e será modificado. Para
ele, quando o projeto passou na Câmara houve certa radicalização
dos médicos. E afirma que todas as profissões são importantes e
nenhuma pó de arvorar a melhor.
O projeto de lei volta ao Senado, Casa em que teve origem em
2002. Deverá ser analizado pela CCJ e por outras duas comissões. Na
sua atual fase legislativa, a proposta pode ser aprovada como
originalmente foi no Senado ou ser misturada com a proposta da
Câmara.
Segundo D’Ávila, tanto a proposta atual quanto a original do
Senado são boas para os médicos.