O que considerar  na aquisição de proteção contra roubo e furto de eletrônicos, acessórios de  grife e equipamentos esportivos
 
O aumento de renda e do  acesso ao crédito no País fez com que mais brasileiros consigam ter acesso a  celulares sofisticados e delicados, bicicletas que podem ter valor similar ao de  carros populares e até acessórios de luxo, como joias e relógios de  grife.
 
De olho nos números de  roubos e furtos no País, as seguradoras apostam no aumento da demanda pelo  seguro de bens de maior valor.
 
As empresas também  assediam o potencial cliente nos mais diversos canais de venda, como operadoras  de celular, lojas de eletrônicos e até supermercados.
A seguradora Mapfre  aponta aumento de 30% na demanda por seu seguro de eletrônicos, como smartphones  e tablets desde o ano passado.
 
A alta na demanda  acontece de forma democrática, nas mais diversas classes sociais e faixas  etárias. Nikolaos Tetradis, superintendente executivo de seguros especiais do  grupo segurador BB e Mapfre, diz que o movimento surpreendeu.
 
Isso porque, ao invés de  observarem a preferência pela contratação do serviço no caso de aparelhos mais  caros, na faixa de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil, há uma maior concentração em uma faixa  menor, entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil.
 
Quando vale a pena  investir
Para saber se o seguro do  objeto compensa, é necessário, de forma gerar, fazer um cálculo entre a  porcentagem do seguro, o valor total do bem, tempo de depreciação e frequência  de uso, além de exposição a situações de risco.
Carlos Honorato,  professor da Fundação Instituto de Administração (FIA), cita o exemplo de uma  bicicleta que custa US$ 5 mil. “O produto pode durar 3 anos. Se o consumidor  gastar cerca de 10% com o seguro por ano, vale a pena. Mas se a despesa anual  for de 25%, é mais fácil comprar outra bicicleta no prazo de quatro anos”,  explica.
 
Veja o que considerar na  hora da compra do seguro de bens
 
1) Eletrônicos
O seguro não é  aconselhado por especialistas. Isso porque o tempo de depreciação de smartphones  e tablets é cada vez menor por conta de maior frequência de  lançamentos.
Honorato, da FIA, aponta  que as seguradoras costumam fazer um cálculo de preço inflacionado pelas taxas  de furto. “É preferível colocar o valor em uma aplicação financeira, mesmo que  não renda muito. A capacidade de substituição será natural”. O consultor  financeiro Mauro Calil diz que a aquisição pode valer a pena no caso de incluir  também proteção a danos e acidentes com o aparelho. “Principalmente se são  utilizados por crianças e têm tela sensível ao toque”.
Calil também aponta que,  ao invés de adquirir um seguro, pode ser preferível contratar um serviço de  nuvem para realizar backup e proteger as informações contidas no aparelho. “Elas  podem ser mais valiosas para o usuário. Há serviços que cobram cerca de R$ 5 por  mês para realizar o backup automático”.
Para atrair consumidores,  as seguradoras buscam flexibilizar a substituição do aparelho. No plano da  Mapfre, caso o aparelho roubado não esteja mais disponível no mercado, a  seguradora pode reembolsar o valor ao beneficiário do plano.
É importante ressaltar  que as seguradoras geralmente cobrem o valor do aparelho apenas em caso de roubo  ou furto qualificado, que necessita quebrar barreiras para acessar o bem, como  arrombar um armário ou sala. “É necessário constatar vestígios deixados pelo  furto”, diz Tetradis, da Mapfre.
 
2) Acessórios de  luxo
A frequência de uso pode  auxiliar na decisão de compra de um plano que proteja o relógio de grife, por  exemplo, usado diariamente. Dependendo do valor do bem, pode compensar a  despesa, diz Mauro Calil.
No caso de joias que são  utilizadas apenas em ocasiões especiais, Calil recomenda incluir o bem em um  seguro residencial. “O custo-benefício é maior do que fazer um novo seguro  apenas para o bem, dado que ele fica a maior parte do tempo  guardado”.
Outra opção é investir em  aparelhos para guardar o bem ao invés de optar por um seguro, ainda mais se o  acessório tiver valor emocional, diz Honorato, da FIA. “Investir na guarda no  banco pode inclusive desestimular roubos na residência”.
 
3) Equipamentos  esportivos
No caso de equipamentos  esportivos mais caros, como relógios de mergulho e bicicletas profissionais,  vale a mesma regra dos acessórios de luxo.
Caso o objeto fique  guardado a maior parte do tempo, é melhor incluir o bem no seguro residencial.  Mas, se o objeto é utilizado frequentemente, e em locais com exposição ao risco,  pode valer a pena.
 
4) Artigos raros e de  coleção
Nestes casos, é melhor  contratar um seguro para artigo especifico, com valor agregado subjetivo  negociado entre beneficiário e seguradora.
Como a avaliação é  complexa, o preço do serviço tende a ser mais caro, diz Honorato, da  FIA.