O Senado deu nesta quarta o primeiro passo para que pessoas com
câncer possam fazer, em casa, o tratamento quimioterápico via oral
com a cobertura dos planos de saúde. O Projeto de Lei foi votado em
caráter terminativo na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e segue
para apreciação da Câmara.
A proposta determina que os planos de saúde cubram também, no
tratamento domiciliar, o uso de medicamentos para o controle de
efeitos adversos. Essa possibilidade não está prevista pelas normas
da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que fiscaliza e
controla os planos de saúde.
No caso dos planos que cobrem a internação hospitalar, o projeto
obriga a cobertura da quimioterapia ambulatorial e domiciliar, de
procedimentos radioterápicos e da hemoterapia. O objetivo, segundo
a autora do Projeto de Lei, Ana Amélia Lemos (PP-RS), é garantir a
continuidade da assistência prestada durante o período de
internação hospitalar.
Uma vez aprovada pela Câmara e sancionada pela presidente da
República, a nova lei entra em vigor após 180 dias da data de
publicação no Diário Oficial da União. Ana Amélia explicou que
cerca de 40% dos tratamentos oncológicos empregam medicamentos de
uso domiciliar.
Ela acrescentou que, por isso, esses tratamentos devem ter
cobertura pelos planos de saúde, o que ainda não acontece,
transferindo boa parte desses pacientes e de seus custos
assistenciais para o Sistema Único de Saúde (SUS).