Documento da 14ª Vara da Fazenda Pública do Fórum Central, assinada, última quarta-feira (16), suspende a mobilização da categoria. No entanto, trabalhadores decidiram prosseguir com a paralisação
Em regime de greve escalonada desde 13 de abril, os médicos do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) foram comunicados por uma liminar da 14ª Vara da Fazenda Pública do Fórum Central, assinada, última quarta-feira (16), que suspende a mobilização da categoria.
De acordo com o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a administração estadual fez alegações falsas sobre o movimento grevista, o que gerou a restrição.
Durante assembleia, realizada na última sexta-feira, (18), os trabalhadores do Iamspe se reuniram e, com o apoio do Simesp, decidiram prosseguir com a paralisação, fazendo prevalecer o direito de organização da categoria.
De acordo com o diretor do Simesp, Otelo Chino Júnior, os médicos os médicos do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) deixam seus cargos em razão dos baixos salários e de não haver plano de carreira específico. Para o executivo, os médicos ficam sobrecarregados. Não é possível renovar o quadro clínico e isso gera insatisfação. Se o governo não tomar uma atitude, a situação ficará crítica.
Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o ideal para atendimento pelo HSPE seria de um corpo clínico com pelo menos 1.500 profissionais, mas a realidade atual é de que existem apenas cerca de 1.000 médicos que trabalham no Hospital.
Entenda a greve dos médicos servidores públicos
Com início no dia 13 de abril, a greve dos servidores da Saúde do Estado, que vem sendo ampliada com a paralisação de médicos em alguns hospitais, como o do Hospital do Servidor Público Estadual (desde 16 de abril), HC de Ribeirão Preto (30 de abril) e Hospital das Clínicas de São Paulo (a partir de 2 de maio).
Em 2011, o governador Geraldo Alckmin havia dito que ia apresentar projeto de lei à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) a respeito da carreira médica. De acordo com entidades do setor, a expectativa era que a proposta do governo fosse enviada até dezembro passado, depois em fevereiro deste ano, mas até o momento não há nada formalizado.