Em paralelo ao avanço dos
planos, o valor médio da consulta médica, no mesmo período, subiu
64,7%. De acordo com o Cremesp, a média de R$ 46,12 para a consulta
médica ficou muito abaixo do mínimo reivindicado pelas entidades
médicas
O mercado de planos de saúde encerrou o ano passado
com um faturamento de R$ 83,4 bilhões, o que representa uma alta de
11,7% em relação a 2010, segundo a Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS).
O número de pessoas com convênio médico aumentou 4,3% e atingiu
47,6 milhões em dezembro. A taxa de crescimento foi maior na
receita, devido ao aumento no tíquete médio que ficou em R$ 107,86,
no ano passado, contra R$ 103,12 no levantamento anterior.
De acordo com o diretor de desenvolvimento setorial da agência
reguladora, Bruno Sobral, o crescimento voltou aos patamares
verificados entre 2004 e 2008.
O consolidado do ano é de 1,6 mil operadoras de planos de saúde.
Os três maiores grupos de saúde – Amil, Bradesco Saúde e
Intermédica – possuem aproximadamente 13 milhões de clientes, ou
seja, quase um terço dos 47,6 milhões de usuários.
Como vem acontecendo já há alguns anos, o segmento de planos
odontológicos cresce a taxas maiores em relação ao convênio médico.
O faturamento do segmento dental aumentou 18,7% e somou quase R$ 2
bilhões. Na última década, o mercado de planos odontológicos
disparou. Em 2002, eram apenas 3,2 milhões de pessoas com essa
modalidade de plano. No ano passado, aumentou para 16,8
milhões.
Valor da consulta
Em paralelo ao avanço dos planos, o valor médio da consulta
médica, no mesmo período, subiu 64,7%. Isso, na média de valores
apurada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo (Cremesp), a média de R$ 46,12 para a consulta médica em 2011
ficou muito abaixo – pouco além da metade – do mínimo de R$ 80,00
reivindicado pelas entidades médicas.
“Caso tivesse sido aplicado índice de reajuste dos
honorários médicos correspondente ao crescimento econômico do
setor, o valor médio da consulta chegaria hoje a R$ 83,40. Em 2012
as entidades médicas têm registros de planos que ainda pagam menos
de R$ 30,00 a consulta”, afirma o Cremesp em comunicado ao
mercado.
Cerca de 160 mil médicos que atuam na saúde suplementar no
Brasil realizam por ano aproximadamente 223 milhões de consultas.
Cada usuário de plano de saúde vai a consulta médica em média 5
vezes por ano. Em 2011, 47,6 milhões de brasileiros estavam
conveniados a planos de saúde.
Para o Presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, “a
discrepância demonstra o quanto é inadiável e urgente a edição de
uma nova instrução normativa da ANS para regulamentar os contratos
entre médicos e planos de saúde. Além da correção da defasagem,
daqui em diante os honorários precisam ser reajustados no mínimo
anualmente, com índices que reflitam inclusive o crescimento
robusto do setor.”
No dia 25 de abril ocorreu nova
mobilização dos médicos que atuam na saúde suplementar. Além de
passeatas e atos públicos em vários estados, as lideranças médicas
entregaram à ANS propostas para normatizar a contratação dos
profissionais pelas operadoras. Além de reajustes anuais dos
valores pagos, foram solicitados parâmetros para fixação de
honorários e para o credenciamento/descredenciamento dos médicos
pelos planos de saúde.