Embora sejam pequenos, os rins são extremamente importantes para
o funcionamento do corpo e para a saúde. De maneira geral, eles são
responsáveis por eliminar as toxinas do sangue por um sistema de
filtração, além de regular a produção de glóbulos vermelhos e a
pressão sanguínea, como explicou o nefrologista Décio Mion no Bem
Estar desta quinta-feira (14).
De acordo com o urologista Fabio Vicentini, as pessoas nascem
com 100% da função dos rins, porém, depois dos 40 anos de idade,
elas começam a perder cerca de 2% dessa função por ano. A
alimentação é essencial para preservar a saúde dos rins - excesso
de sal e proteína é o maior vilão do funcionamento renal. No caso
do consumo exagerado de proteína, os rins podem se sobrecarregar e
desenvolver uma inflamação que pode até entupir a passagem do
sangue - isso pode fazer o paciente chegar aos 60 anos sem o
funcionamento renal.
Em relação ao consumo de sal e açúcar, o nefrologista Décio Mion
explicou que esses dois alimentos podem levar o paciente a
desenvolver pressão alta e diabetes, doenças que se não tratadas
corretamente, podem levar à falência total dos rins. Como lembrou o
médico, o controle da pressão arterial também é uma das funções
desses órgãos e, se eles não funcionam, a pressão pode aumentar e
causar inchaço. Por isso, a dica é usar o mínimo de sal no preparo
dos alimentos e nas refeições.
Uma das principais dicas para manter os rins saudáveis por mais
tempo é beber de 2 a 3 litros de água por dia. Para saber se o
corpo está hidratado ou não, é preciso observar a cor da urina - se
ela estiver amarela escura, é um sinal de alerta de que é
necessário aumentar a ingestão de água e que o paciente pode estar
com algum problema nos rins; porém, se a cor for clara, significa
que o paciente bebe água o suficiente e têm os rins saudáveis.
Fora a cor, é fundamental observar também se há sangue na urina
já que isso pode indicar pedra nos rins, infecção ou até mesmo um
tumor. Segundo o urologista, geralmente, quem bebe pouca água corre
mais risco também de ter infecção urinária e se esse problema for
recorrente, pode danificar os rins da mesma maneira.
Além do sal e da próteína, antiinflamatórios, antibióticos e o
cálculo renal também podem ser prejudiciais aos rins. E, caso eles
não funcionem, as toxinas podem se acumular no sangue e causar uma
condição séria, conhecida como uremia.Nesse caso, o paciente começa
a ter náuseas, fadiga, desorientação, falta de ar e também edema
nos braços e pernas. Porém, de maneira geral, ter inchaço no corpo,
dor na região lombar e sangue na urina são alguns dos sinais de
alerta para o paciente procurar um médico para avaliar se tem algum
problema renal.
Pedra nos rins
A repórter Daiana Garbin foi conhecer a história do motorista
Reginaldo José Borba, que nunca se preocupou com a saúde dos rins e
acabou sofrendo com o cálculo renal. Depois de uma vida com pouca
água e muita gordura e sal, ele teve uma pedra que desceu para a
bexiga e parou no canal, dilatando o rim e provocando cólica e uma
dor muito forte. A solução foi fazer uma cirurgia no rim esquerdo
para retirar a "pedrinha".
De acordo com o urologista Fabio Vicentini, o risco de cálculo
renal é maior em pessoas que sofrem com obesidade, que têm mais de
40 anos, são homens ou têm histórico familiar. Nesses casos, é
importante se preocupar ainda mais com a prevenção da pedra nos
rins - uma das dicas é reduzir o consumo de alimentos que aumentam
as chances do problema, como café, chocolate, nozes, frutos do mar
e carnes vermelhas, por exemplo.