Pessoas com pressão alta, diabetes e obesidade fazem parte dos
chamados grupos de risco para problemas renais. Casos de doença na
família, idade superior a 50 anos e uso de remédio sem orientação
médica também ampliam as chances de o problema ser diagnosticado. O
alerta foi feito pela Sociedade Brasileira de Nefrologia no Dia
Mundial do Rim, lembrado nesta segunda-feira (14).
Dados do órgão indicam que cerca de 10 milhões de brasileiros
sofrem com algum tipo de disfunção renal. A taxa de prevalência é
50 casos para cada 100 mil habitantes. Em entrevista à Agência
Brasil, o presidente da sociedade, Daniel Rinaldi, destacou que sem
um diagnóstico preciso, a maioria dos pacientes morre sem sequer
ter acesso à diálise (principal tratamento para a doença em estágio
avançado).
"Nossa intenção é alertar esses grupos de risco para que possam
perguntar ao médico como está a função dos seus rins. Temos dois
exames extremamente simples e baratos para diagnosticar
precocemente a doença renal – a creatinina no sangue e o exame de
urina para detectar perda de sangue e albumina [um tipo de
proteína]", explicou.
Rinaldi lembrou que o diagnóstico precoce pode conter o avanço
da doença renal crônica. Dessa forma, pacientes que sofrem de
diabetes, por exemplo, não precisam se submeter à diálise, mas
controlar a alimentação, enquanto pessoas com pressão alta devem
reduzir a ingestão de sal e ingerir bastante líquido.
"Esses exames têm que fazer parte do check up. Todo mundo
conhece seu colesterol e sua glicemia, mas quase ninguém sabe como
está a sua creatinina", disse. A estimativa da sociedade é que mais
de 35 milhões de brasileiros sejam hipertensos e que 8 milhões
sejam diabéticos.
Os números mostram ainda que em torno de 100 mil brasileiros fazem
diálise no país atualmente. A taxa de internação hospitalar para
esse tipo de serviço é 4,6% ao mês. Mais de 70% dos pacientes que
iniciam o tratamento descobrem a doença quando os rins já estão
gravemente comprometidos. A taxa de mortalidade entre eles aumentou
38% na última década.