Segundo Ministério da Saúde, situação não tem relação com turistas estrangeiros e não representa ameaça
A Organização Mundial da Saúde (OMS) detectou o poliovírus selvagem tipo 1, que causa a poliomielite, durante coleta de amostras feita em março, no sistema de esgoto do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, São Paulo. Novas coletas subsequentes realizadas no mesmo local deram resultado negativo para o WPV1, sigla do vírus em inglês, ou então acusaram positivo para outros tipos de vírus.
A agência da Nações Unidas para saúde informou que a cepa do vírus detectada em Campinas é da mesma família da que foi encontrada em um caso de pólio na Guiné Equatorial. O vírus foi detectado numa coleta de rotina nos sistemas de esgoto e não há nenhuma evidência de transmissão do WPV1.
O Brasil está livre do vírus da pólio desde 1989 e a região das Américas, desde 1991. As autoridades de saúde brasileiras aumentaram a vigilância para detectar sinais do WPV1 e de possíveis casos da doença. A vacinação contra a poliomielite em São Paulo cobre 95% da população infantil. A próxima campanha está marcada para novembro e o alvo são as crianças de 6 meses a 5 anos.
Medidas
O Ministério da Saúde informou que a detecção do poliovírus selvagem tipo 1, causador da poliomielite, no sistema de esgoto do Aeroporto Internacional de Viracopos, não tem qualquer relação com a vinda de turistas estrangeiros ao país para a Copa do Mundo nem ameaça a erradicação da doença no Brasil.
A assessoria de imprensa ressaltou que a coleta foi feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nos sistemas de esgoto sanitário do aeroporto em março deste ano – bem antes do início do mundial. O monitoramento, segundo a pasta, é considerado de rotina e precisa ser feito para garantir a não circulação do vírus no país.
“O Ministério da Saúde acompanha a situação epidemiológica da poliomielite no mundo e mantém o controle da erradicação da doença com coberturas vacinais superiores a 95%. Desde 1990, não há circulação de poliovírus selvagem da poliomielite no Brasil, resultado das políticas de prevenção e vigilância adotadas pelo governo federal”, informou.
O comunicado destacou que, embora a doença tenha sido erradicada do Brasil, alguns países continuam detectando casos de poliomielite, como Síria, Paquistão, Afeganistão, Guiné Equatorial, Etiópia, Iraque, Israel, Somália e Nigéria. “Esta situação levou a OMS a declarar emergência mundial para garantir a mobilização de recursos e apoio internacional capazes de garantir que a erradicação global da doença seja alcançada”, completou.
“É importante esclarecer que esse achado não significa qualquer mudança na situação epidemiológica do Brasil ou ameaça à eliminação da doença. O Ministério da Saúde reforça a importância de manutenção da cobertura vacinal adequada e da vigilância ativa para todos os municípios. Com o aumento dos deslocamentos internacionais, é esperado que pessoas portando agentes infecciosos presentes em outras partes do mundo circulem no Brasil.”