O
valor arrecadado pelo Ministério da Saúde, por meio da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), para o ressarcimento ao
Sistema Único de Saúde (SUS) chega a R$ 184 milhões de janeiro a
julho deste ano. Esse valor supera o que foi ressarcido pelas
operadoras de planos de saúde ao SUS ao longo do ano inteiro de
2013, que atingiu R$ 183,2 milhões. A divulgação dos valores
ressarcidos ao SUS ocorreu nesta segunda-feira (01/09) no Rio de
Janeiro, com a presença do ministro da Saúde, Arthur Chioro, e dos
diretores da ANS.
O
ressarcimento ocorre quando os consumidores dos planos de saúde são
atendidos na rede pública. Os pagamentos efetuados para a agência
reguladora são repassados ao Fundo Nacional de Saúde (FNS) e
aplicados em ações e programas estratégicos do Ministério da
Saúde.
“É um
recurso importante e que precisa ser priorizado para a população
que depende do SUS. Esse dinheiro vai diretamente para o FNS,
compondo o orçamento do Ministério da Saúde e os recursos de que
dispomos para, junto com estados e municípios, atender a população
em diversas áreas e ações. Para se ter uma noção do que estamos
falando, esse volume de recursos que a ANS arrecadou nos primeiros
sete meses deste ano é capaz de garantir a compra de 600
ambulâncias do tipo UTI do SAMU, ou construir 65 Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs) completas ou 350 Unidades Básicas de Saúde”,
ressaltou o ministro.
Nos
últimos anos, a ANS tem aumentado o volume de recursos
reembolsados, intensificando a cobrança desses valores às
operadoras de todo o país. O resultado deve-se ao constante
aprimoramento dos processos de gestão e à contratação de novos
servidores para agilizar o ressarcimento.
Além
disso, houve a priorização da inscrição das operadoras
inadimplentes em dívida ativa e a determinação para que as
operadoras incluam em seus balanços a dívida com o ressarcimento,
com garantias e provisões para as dívidas atuais e futuras. São
formas de induzir ao pagamento efetivo pelas empresas.
“O
trabalho da ANS tem focado claramente a busca pelas operadoras que
não pagam o ressarcimento ao SUS. Ao todo, R$ 425,5 milhões foram
encaminhados nesta década para a dívida ativa, ou seja, são
recursos que estão sendo cobrados via Judiciário, pela União”,
observou o diretor-presidente da ANS, André Longo.
Como
funciona
Para
o ressarcimento ao SUS, a ANS identifica o paciente atendido pelo
sistema público e cruza as informações desse paciente com o banco
de dados da agência reguladora, cujo cadastro de usuários é
abastecido pelos planos de saúde. A partir da identificação de um
usuário com plano de saúde que tenha sido atendido no SUS, a ANS
notifica a operadora sobre os recursos que devem ser ressarcidos e
cobra a devolução.
“A
nossa qualidade de identificação das pessoas com planos de saúde
que utilizaram o SUS melhorou muito nos últimos anos. Cruzamos as
informações sobre internações do banco de dados do Ministério da
Saúde com o nosso cadastro de beneficiários de planos de saúde, o
que nos permite agir mais rápido e cobrar com mais eficiência as
operadoras”, acrescentou a diretora de Desenvolvimento Setorial,
Martha Oliveira.
Caso
as operadoras não paguem, são encaminhadas para inscrição em dívida
ativa da ANS e no CADIN, que é o cadastro informativo de créditos
não quitados do setor público federal. A inscrição no CADIN impede
a contratação com o poder público. Já a inscrição em dívida ativa é
uma fase prévia à cobrança judicial. Em função disso, a operadora
não consegue obter certidão negativa de débitos perante a ANS e
fica desabilitada para o Programa de Conformidade
Regulatória.
Este
ano, até julho, os valores encaminhados para inscrição na dívida
ativa atingiram R$ 104,43 milhões. Desde 2011, já foram
encaminhados para inscrição em dívida ativa R$ 425,5 milhões.
Até o final do primeiro semestre de 2014, havia 462 operadoras
ativas inscritas em dívida ativa da ANS em função do ressarcimento
ao SUS. O valor total atualizado em cobrança judicial é R$ 579,24
milhões.
Transparência
A
listagem das operadoras de planos de saúde e sua situação no
ressarcimento ao SUS pode ser conferida pelo consumidor desde 11 de
julho no portal da ANS (acesse o link aqui). Essa medida visa à
transparência no processo de ressarcimento. Ali, o consumidor
consulta se a operadora que ele contratou ou pretende contratar
está em dia com o ressarcimento ou, então, o percentual de sua
dívida com o SUS.