Uma série de aspectos do setor que
necessitam de ajustes é listado pelo presidente da Sociedade
Brasileira de Clínica Médica
Ao final de mais um ciclo, aí está 2011. Como a cada virada de ano,
renovamos nossos sonhos, expectativas, deixando no ar uma onda de
esperança e de tempos melhores. No fundo, o que buscamos, é uma
sociedade mais justa, com igualdade de oportunidades e respeito ao
próximo. Não é muito, apenas o básico.
Falar em atender às necessidades sociais mais prementes da
população nos dias de hoje, nos remete diretamente à saúde. No
último pleito eleitoral, essa questão foi apontada como a principal
preocupação dos brasileiros. Não é para menos. Em pleno século XXI,
nossos hospitais seguem lotados, muitos sem condições adequadas de
atendimento, cidadãos padecem em filas esperando por uma consulta
ou sobre macas nos pronto-socorros, além de outros tantos problemas
que se agravam drasticamente.
Obviamente esse é o tipo de situação que deve ser resolvida com
urgência. Esperamos que os novos governantes honrem a palavra
empenhada em suas campanhas, dando à saúde e ao exercício da
medicina a prioridade que merecem.
É imperioso, por exemplo, que todos orientem suas bancadas de
deputados e senadores a aprovar a regulamentação da Emenda
Constitucional 29. Assim, teremos mais recursos para o setor e
regras rigorosas para impedir desvios de verbas para outras
rubricas.
É essencial também conter a abertura indiscriminada de escolas da
medicina. Precisamos de bons médicos para atender adequadamente aos
pacientes, sejam eles carentes ou mais abastados. Ou seja, não
precisamos de quantidade, e sim de qualidade. Devemos sepultar a
tortuosa tese de formar aos montes médicos para o SUS. Isso é mais
uma distorção da interferência incompetente no currículo médico de
bacharéis em medicina que nada sabem, de fato, de medicina.
Também é hora de discutir sobre os recursos humanos. Os gestores,
tanto do sistema público quanto do suplementar, não podem mais
continuar sub-remunerando médicos e profissionais de saúde. Eles
têm de receber salários signos, pois são essenciais ao bom
desempenho da assistência.
Enfim, mais do que tudo, precisamos, nessa nova etapa, da união de
médicos, pacientes, lideranças da sociedade civil e governantes
para que consigamos nosso objetivo maior, que é a humanização da
saúde. Os que estão em cargos públicos têm obrigação de transformar
em realidade nossos anseios e necessidades. Então, que o façam
imediatamente.
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