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Setor Segurador retornou R$ 61,7 bi à sociedade no 1º semestre

Fonte: CNSEG Data: 15 agosto 2016 Nenhum comentário

Crescimento da arrecadação também, de 6,4%, foi maior que o do PIB e de outros indicadores, chegando a R$ 113,9 bi

“Embora no ano passado o crescimento nominal do mercado de seguros, previdência e capitalização tenha registrado desaceleração, ao compararmos o 1º e o 2º trimestres de 2016 com os mesmos períodos de 2015 podemos notar progressão das taxas de crescimento do mercado, de 3,6% para 8,8%. O semestre fechou com evolução de 6,4%, o que é uma boa notícia”. A análise, feita pelo presidente da CNseg, Marcio Coriolano, comprova que o desempenho do setor em 2016 permanece acima do observado pelo Produto Interno Bruto (PIB) e outros indicadores agregados como o emprego e a renda nominal. Com arrecadação total de R$ 113,9 bilhões, no primeiro semestre do ano, o mercado segurador revela-se com vigor face à crise que afeta duramente outros setores de atividades. No acumulado do período - janeiro a junho de 2016 - frente a igual período de 2015, a produção industrial apresentou queda de 9,1%, assim como a fabricação de automóveis (-21,7%), dos bens de consumo duráveis (-22,2%), e bens de capital (-20,1%).

Mas, tão importante quanto indicar a movimentação do mercado de seguros, é mostrar a expressiva prestação de serviços à sociedade. Com relação a indenizações, pagamento de benefícios, resgates e sorteios de capitalização, as empresas do setor retribuíram no primeiro semestre, R$ 61,7 bilhões, ou seja, variação nominal positiva de 14,3% ante ao mesmo período do ano anterior. As provisões técnicas (reservas guardadas para saldar sinistros) já alcançaram R$ 716,8 bilhões e variação, também positiva, de 19,2%. “Os resultados mostram evolução e resiliência. Em relação a igual período do ano passado, as provisões chegaram a R$ 601,6 bilhões”, complementa Coriolano.

DESTAQUES DO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2016 | PARTICIPAÇÃO NO MIX DE SEGUROS

SEGURO DE CRÉDITO E GARANTIA - Sobrepujando o aumento do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) nos últimos doze meses de 4,9%, a arrecadação do Seguro Garantia voltada às obras públicas acumula um notável crescimento nominal de 29,8% de janeiro a junho de 2016. Este ramo se destacou dentro de Crédito e Garantia, grupo que teve variação nominal de 13,1% no acumulado de janeiro a junho deste ano. A participação no mix do mercado foi de 1,2%. 2.

FAMÍLIA VGBL - Produto vendido majoritariamente de forma individual e com uma concentração de aproximadamente 99% dos prêmios arrecadados em seguradoras que fazem parte de conglomerados financeiros, os planos VGBL se mantêm como o maior propulsor do crescimento do mercado supervisionado pela Susep, com uma variação nominal na arrecadação de prêmios de 13,6% no acumulado de janeiro a junho deste ano. A participação no mix do mercado foi de 42,0%. 3.

VIDA | SEGURO INDIVIDUAL - Responsável por mais de 40% dos prêmios arrecadados nos produtos de Coberturas de Pessoas – Planos de Risco, entre os produtos Vida, o grande destaque foram os planos individuais, que apresentaram variação nominal de 26,8% de janeiro a junho deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior. A participação no mix do mercado foi de 2,7%. 4.

SEGURO HABITACIONAL - O Seguro Habitacional apresentou crescimento ligeiramente acima da inflação até junho de 2016, com 10,1% de variação nominal. Num cenário econômico de restrição de crédito habitacional e de empreendimentos na construção civil comparando-se aos anos anteriores, o principal propulsor para que o ramo não fosse tão fortemente afetado foi o avanço da força de venda de algumas empresas, não líderes, que aumentaram seu marketshare no mercado de seguro habitacional. A participação no mix do mercado foi de 1,5%. 5.

SEGURO RURAL - O Seguro Rural apresentou crescimento nominal de prêmio acentuado de 58,6% de janeiro a junho de 2016, evidenciando maior independência da sua contratação à subvenção do governo, cuja estimativa para 2016 é 60% menor - R$ 400 milhões - do que a do ano anterior. O crescimento do prêmio observado demonstra alta correlação com a previsão de safra comparada com o observado em 2015. No início deste ano, havia a estimativa de recorde de produção para 2016, que foi prejudicada pela piora das condições climáticas ao longo do ano, chegando ao recuo de 8,4%, comparada com 2015. Consequentemente, o prêmio do Seguro Rural passou de uma variação nominal negativa em janeiro para 58,6% de crescimento nominal acumulado até junho de 2016. A participação no mix do mercado foi de 1,4%.

OUTROS DESTAQUES

SEGURO DE AUTOMÓVEL - O Seguro de Automóvel, representado principalmente pelos ramos Casco (70%) e Responsabilidade Civil Facultativa RCF-V (22%), apresentou um decrescimento nominal de prêmio de 3,2% até junho deste ano. Uma vez que cerca de 80% dos automóveis segurados são novos, tal desaceleração no setor veio como consequência de uma grande queda na venda de veículos, chegando a 25,1% no período analisado. 7.
SEGURO DE GARANTIA ESTENDIDA (BENS PATRIMONIAIS) - O ramo de seguro de garantia estendida de bens patrimoniais vem sentindo o impacto da atual situação político-econômica do país e alcançou o total de R$ 1,3 bilhão de janeiro a junho de 2016, acumulando uma queda nominal de 9,4% comparado a igual período do ano anterior. Apesar das baixas expectativas para o ramo, este vem se mostrando bastante resiliente, com uma queda mais suave do que a observada pela venda de móveis e eletrodomésticos, que já acumula 30,5% neste ano (período disponível: até maio de 2016). 8.

CAPITALIZAÇÃO - Houve uma diminuição de -1,7% em termos nominais da arrecadação do segmento de capitalização no acumulado do ano que se justifica em função da desaceleração do PIB, pressões inflacionárias e a alta da taxa de juros, que repercutem negativamente na venda de novos produtos e retenção de clientes do segmento. Além do mais, o setor está aguardando mudanças no marco regulatório do setor, por parte da Susep, ensejando que as sociedades de capitalização fiquem cautelosas no lançamento de novos produtos. 9.

PRESTAMISTA - Diante do momento adverso da economia, no final de 2014 o produto prestamista apresentou um crescimento acima do padrão histórico, possivelmente, como reflexo da preocupação das pessoas em ver quitadas as suas dívidas em caso de morte, invalidez ou desemprego. No segundo e terceiro trimestre de 2015, no entanto, o cenário se estabilizou com uma variação nominal de 7,9%, comparado com o mesmo período do ano anterior.

Atualmente, verifica-se, no acumulado do semestre, uma contração nominal de 10,7% da arrecadação de prêmios, justificada pela impossibilidade financeira de manutenção desse tipo de seguro frente ao aumento da taxa de desemprego. Importante ressaltar a importância desse produto para a sociedade que pode ser expressa pelo crescimento nominal de 23,4% no valor dos sinistros pagos pelas seguradoras no mesmo período.

 

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