Apesar da retração em 2015, a
produção de bicicletas deverá crescer 9% neste ano. Apenas um dos
fabricantes colocará no mercado quase 4 milhões de unidades. Neste
volume estão as bicicletas de alto valor, cujo preço varia entre R$
3 mil e R$ 60 mil. Um mercado composto por cerca de 700 mil
bicicletas, das quais menos de 10% estão seguradas.
“Existem mais de 600 mil bicicletas
no país para serem prospectadas pelos corretores”, disse Janete
Tani, gerente de Riscos Patrimoniais da Argo Seguros, durante sua
participação em palestra da APTS, dia 11 de agosto, no auditório do
Sincor-SP. Ela e Rafael Fragnan, gerente de Sinistros P&C,
apresentaram o tema “O promissor mercado de seguros para
bicicletas”.
De acordo com Janete, o prêmio
médio de seguro para bicicleta é de R$ 800,00 e o potencial do
mercado é de R$ 560 milhões em prêmios por ano. Na Argo, que tem
uma carteira com 6 mil bicicletas e espera fechar o ano com 10 mil,
as coberturas oferecidas são para roubo e furto qualificado,
acidentes e danos causados a terceiros (Responsabilidade
Civil).
Um dos diferenciais do Protector
Bike, segundo ela, é a abrangência das coberturas, que alcançam
todo o território nacional. Mas os sinistros da carteira não são
apenas por roubo. Segundo Rafael Fragnan, na Argo, 53% são por
roubo e 47% por acidentes. “No início, nossa preocupação era com
roubo, mas nesses três anos de operação do produto vimos que também
ocorrem muitos sinistros de acidentes em treinos”, disse.
Para os corretores, Janete
apresentou outra oportunidade de ganho com os seguros para
bikeshops. Segundo levantamento da Argo, apenas em São Paulo e
Minas Gerais existem cerca de 1,7 mil bikeshops, com três
funcionários. Considerando o prêmio médio de R$ 1,5 mil, a
seguradora estima o potencial de R$ 2,5 milhões em prêmios por ano.
A gerente da Argo destacou que o diferencial desse produto é a
cobertura para bens de terceiros.
Outra facilidade Bike Protector é o
aplicativo para celular que permite ao segurado a contratação 100%
online. “Basta que o segurado envie a foto da bicicleta, do número
de série, do grupo (câmbio dianteiro, traseiro e pedivela) e da
nota fiscal. Se não tiver nota, o sistema irá gerar um voucher”,
disse.
Mais da metade do evento foi
dedicado aos questionamentos da plateia, que foram muitos. “Se o
usuário gastar, por exemplo, R$ 3 mil em peças para incrementar uma
bicicleta avaliada em R$ 3 mil, poderá fazer o seguro de R$ 6
mil?”, questionou um corretor. “Sim, ele pode enviar as notas
fiscais das peças alteradas e se a nossa avaliação confirmar a
valorização, o valor de sua bike será alterado”, respondeu
Janete.
O presidente da APTS, Osmar
Bertacini, que atuou no evento como mediador, elogiou a
participação da plateia. “Pela quantidade de perguntas, vejo que
acertamos no tema. O seguro para bicicletas é pouco conhecido, mas
muito promissor e rentável”, concluiu.