A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) formalizou nesta terça (6) a adesão de 64
operadoras de planos de saúde ao projeto Idoso Bem Cuidado, lançado
em maio deste ano.
As empresas selecionadas
operam nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais,
Goiás, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina,
Pará, Pernambuco, Ceará, Sergipe, Maranhão e Bahia.
A diretora de
Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira, disse que a
expectativa é que as operadoras reorganizem o funcionamento da
rede. “Isso não é uma coisa simples”. As operadoras terão prazo de
um ano para dar resultado. Todo o processo será acompanhado pela
ANS.
Fragmentação
Uma das propostas selecionadas foi
a do Hospital Márcio Cunha, da Fundação São Francisco Xavier, de
Minas Gerais. O superintendente do hospital, Mauro Oscar Lima,
relatou que o projeto funciona e busca a indentificar casos de
risco entre idosos, planejar ações de cuidados e prevenir que
fiquem doentes. "O Brasil está viciado em se preocupar
somente com pronto-socorro, com doença aguda. E está esquecendo dos
idosos", destacando que no país há 600 mil idosos com mais de 90
anos e, em 2030, o país terá 40 milhões de idosos.
Segundo a diretora da ANS, Martha
Oliveira, os planos de saúde ainda seguem um modelo das décadas de
60 e 70, que prioriza a população mais jovem. “Não é mais isso que
a gente tem. Isso, junto com o modelo de remuneração, que
privilegia volume em vez de qualidade e de resultado, a gente tem a
saúde que tem hoje”.
Martha Oliveira lembra que o
atendimento atual é fragmentado e, com isso, o idoso não tem um
plano de cuidado, podendo inclusive tomar medicamentos
sem necessidade. “Hoje, a gente não tem cuidado paliativo, não
tem uma organização de cuidador, um cuidado especial para alguém
que tem uma debilidade maior como frequência. A gente não organizou
o sistema de saúde para isso”.
Requisitos
As propostas selecionadas
obedeceram a requisitos estabelecidos pela ANS, além da
reorganização do serviço. Uma das condições é avaliar a
funcionalidade do idoso a partir de testes que identificam se
é mais robusto ou mais frágil, outra é informar o paciente
sobre sua condição de saúde. “É a mesma lógica do cartão da
gestante, que a mulher carrega com ela. Isso para o idoso é
fundamental para ele ter um acesso mais rápido, para conseguir
desenvolver cuidado melhor”.
Serão feitas reuniões a cada 15
dias, presenciais ou não, para avaliação das iniciativas.
No final deste mês, a ANS vai
lançar um projeto de reorganização para a área de odontologia e no
dia 5 de outubro uma iniciativa voltada para oncologia.