Em meio à discussão sobre a reforma
da previdência, cada vez mais brasileiros recorrem aos planos
privados, de olho na aposentadoria. Todo mês o desconto vem ali no
contracheque: 5% do salário. De pouco em pouco, a economia da Noemi
vai crescendo. Hoje ela está com 34 anos, mas, de olho no futuro,
começou, há 10 meses, um plano de previdência privada.
Muita gente teve a mesma ideia que
a Noemi: fazer um esforço, poupar dinheiro durante a vida para ter
uma renda melhor quando parar de trabalhar. Hoje mais de 12 milhões
de brasileiros têm planos de previdência privada.
“Hoje nós somos seis trabalhadores
para cada inativo. Daqui a 20 e poucos anos, 30 anos estourando,
nós teremos dois trabalhadores para cada inativo. Ou seja, dois
trabalhadores terão que gerar renda para ele, para os seus filhos e
para sustentar os idosos. É insustentável”, explica o economista
Paulo Tafner.
Essa pode ser uma das explicações
para que, no primeiro semestre, os planos privados de previdência
tenham acumulado R$ 52 bilhões, 13% a mais do que nos seis
primeiros meses de 2015. Os dados são da FenaPrevi, federação que
representa 70 seguradoras e entidades abertas de previdência
complementar no país.
Entrou mais dinheiro em fundos de
previdência privada do que saiu. A captação líquida, que é a
diferença entre depósitos e resgates, foi positiva, com saldo de
mais de R$ 25,6 bilhões de reais, o que representa uma alta de
7,64% comparando com o mesmo período de 2015, quando as transações
ficaram em R$ 23,8 bilhões.