SÃO PAULO – Planos
odontológicos devem sofrer um grande reajuste no próximo ano,
segundo previsão do Sinog (Sindicato Nacional das Empresas de
Odontologia de Grupo). O motivo para isso foi a ampliação do rol de
procedimentos obrigatórios a esses planos, divulgada nesta
terça-feira (12) pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e
que passa a valer em 7 de junho.
“Nós sempre defendemos um rol mínimo de procedimentos para as
necessidades básicas. O que nos preocupa, desta vez, é que já temos
um rol que atente a população, principalmente das classes C e D”,
afirmou o presidente do Sinog, Carlos Roberto Squillaci.
De acordo com ele, os procedimentos a serem incluídos são caros,
com custo mínimo de R$ 200, o que deve gerar uma grande despesa
para as operadoras neste ano. Como consequência, os beneficiários
terão de arcar com um reajuste maior no próximo ano. “Estamos
contratando uma empresa para ver qual vai ser o impacto disso”.
Acesso aos planos
Nos últimos oito anos, a assistência odontológica privada no Brasil
mais do que triplicou, registrando crescimento de 250%. O número
equivale a mais de 11 milhões de beneficiários e pode aumentar
ainda mais em 2010, segundo previsões da Escola Nacional de
Seguros.
Mas, de acordo com Squilacci, a ampliação do rol de procedimentos
pode prejudicar o setor e abrirá um grande abismo entre aqueles que
efetivamente precisam de um plano que lhes garanta uma assistência
odontológica mínima e acessível daqueles que efetivamente precisam
de outros procedimentos e podem pagar por eles.
Em sua opinião, os procedimentos deveriam ser incluídos ao longo
dos anos, de acordo com a necessidade do beneficiário.
Procedimentos
Entre as coberturas incluídas nos planos odontológicos, estão
colocação de coroa unitária e bloco. Para o presidente da ABCD
(Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentista), Luciano Antioli
Moreira, as operadoras já oferecem planos que possuem esta
cobertura, mas não de maneira obrigatória.
“Aquelas pessoas que querem comprar um plano que tenha prótese
pagarão por ele um valor diferenciado daquele que não dá este nível
de cobertura. Isso faz com que os planos que não dão esta cobertura
sejam, obviamente, mais acessíveis à população. Já a
obrigatoriedade retira, de certa forma, o direito da população de
ser atendida”, afirmou.
“Verifica-se, portanto, uma situação distinta entre criar a
possibilidade de um indivíduo ter aquele acesso e a outra, que é
obrigá-lo a pagar por aquele acesso cujos procedimentos ele poderá
não utilizar”, afirmou.