Viver mudanças, entender a transição e
ser disruptível. Esse foi o mote do evento “Oficinas de
Empreendedorismo” realizado pelo Sincor-SP, entre os dias 23 e 25,
em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo. Os 1200 corretores e
profissionais do mercado de seguros foram desafiados a pensar no
futuro do mercado de seguros considerando as mudanças do
comportamento do cliente, entendendo essa transição do consumo e
sendo disruptíveis no seu dia a dia.
Durante a cerimônia de abertura,
Robert Bittar, presidente da Escola Nacional de Seguros, disse que
é de suma importância trazer o tema empreendedorismo para os
profissionais do mercado de seguros. “Nós corretores de seguros
somos empreendedores natos, mas isso requer qualificação constante,
um olhar diário para o futuro, interação, planejamento e, acima de
tudo, a determinação de atingir o próximo objetivo. Então nada mais
oportuno do que um evento como esse, com um tema tão relevante que
de alguma forma é o que todos nós da Escola fazemos, que é
estimular o empreendedorismo no setor. O Brasil precisa demais das
ações empreendedoras, qualquer país tem um estímulo para o
empreendedorismo, coisa que nós não tivemos até agora e os
corretores empreenderam por esforço e recursos próprios e são
vencedores e prósperos a partir disso”, comenta.
Para o presidente do Sincor-SP,
Alexandre Camillo, o empreendedorismo é a bandeira principal da
entidade. “Entendemos que a melhor orientação é o exemplo. Para
fazer o corretor de seguros empreender e se profissionalizar, e
ainda estarmos coerentes em nossos discursos e ações, mostramos em
nossa entidade que é possível ter atitudes empreendedoras e
criativas, mesmo em tempos de crise ou de redução de
investimentos”, disse o presidente do Sincor-SP.
Ele enfatiza que todos os líderes do
mercado de seguros, antes de mais nada, são corretores de seguros
e, por isso, representam muito bem os interesses da classe. “Tudo
isso resulta em ações e participação em tudo o que afeta o setor.
Todos nós, líderes, somos corretores de seguros, por isso, não
duvidem dessa consolidação de liderança, vocês estão muito bem
representados. Assim como foi na audiência pública que tivemos
recentemente em Brasília, questionando uma plataforma digital e sua
maneira predatória de conduzir”, enfatizou.
Sobre o mote do evento, Mudança –
Transição – Disrupção, Alexandre Camillo disse que “disrupção é um
apelo que traz quebra de paradigmas, mas jamais aceitaremos o
desrespeito ao profissional e ao ambiente promissor e fértil
construído por todos nós, especialmente os que afrontam a nossa
categoria e que expõe a todos nós e aos consumidores”.
E com esse intuito que, logo na
abertura do evento, ele lançou uma campanha chamada “Fale bem, fale
seguro”, uma convocação para que os profissionais do mercado falem
bem se si mesmos e do meio onde atuam. “Nós só falamos mal de nós
mesmos e até dos clientes que nos sustentam, vamos inverter esse
jogo, fale bem da gente. Hoje eu convoco todos vocês a darem as
mãos ao Sincor-SP e à Fenacor, vamos falar bem da gente, de nós, da
cadeia e do cliente”.
Camillo enfatizou que é preciso viver
essa disrupção, deixar o retrovisor abandonado e não olhar para ele
em hipótese alguma, ilustrou. “Deixar de olhar para trás é difícil,
mas nesse momento é necessário, pois há uma mudança agressiva, não
há como nos defendermos disso, senão, nos adaptando a esse momento
e promovendo, antes de mais nada, à disrupção em nós, nos nossos
conceitos, posturas, atitudes individuais, somente assim
conseguiremos sobreviver ao momento de mudança, transição e
disrupção”.
E Armando Vergílio, presidente da
Fenacor, completa dizendo que, mesmo nesse momento de transição e
disrupção, principalmente com o uso da tecnologia, o setor de
seguros tem que ser operado respeitando um conjunto de regras, com
pessoas preparadas. “Somos favoráveis a tecnologia, mas não devemos
concordar se vem sem respeitar as regras. A verdadeira maneira de
combater a atuação marginal no mercado é ter um seguro viável, sim,
temos o seguro popular, mas vejo um baixo interesse das seguradoras
em atuar”, e ainda completa: “esta é uma ferramenta poderosa para
combater esse mercado ilegal. Existem ajustes necessários para que
seguradoras possam se interessar, para que nos traga esse
instrumento de inclusão e principalmente como forma de combate ao
mercado marginal”.
Joaquim Mendanha, superintendente da
Susep, também discursou na abertura do evento, ressaltando, entre
outras coisas, a atuação da Superintendência no mercado de seguros
e a questão das cooperativas. “A agenda está aberta para
discutirmos isso, pois desde que eu assumi, tenho buscado
aproximação com todos os órgãos para que possamos fazer as ações
necessárias para o mercado. Mais que agenda aberta, já quero
convocar a Fenacor para participar do grupo de trabalho sobre as
cooperativas. Para se ter uma ideia, desde que eu cheguei, mais de
140 processos já foram enviados ao ministério público. A Susep fará
a parte dela com o grupo de trabalho sobre as ações do mercado
marginal, com discussão clara e transparente para que evoluamos
nesse assunto”.
Além de Joaquim Mendanha, Armando
Vergílio, Robert Bittar, esteve presente na cerimônia de abertura o
prefeito de Mogi das Cruzes, Marcus Melo, além da diretoria
executiva do Sincor-SP e do diretor regional de Mogi das Cruzes,
Fábio Ferreira Mattos.