Pandemia impulsiona contratação de seguros liga e
desliga
Modelo personalizável ganha apelo
entre consumidores; preço competitivo é relativo
A pandemia de
coronavírus impulsionou o lançamento de coberturas sob
demanda no mercado
segurador. Segundo executivos do setor, o movimento acompanha a
necessidade de ajuste ao orçamento do consumidor, e a tendência é
de expansão para os próximos meses.
A
modalidade, que também é conhecida como “pay per use” ou “liga e
desliga”, ganha tração no segmento desde 2019, quando a Susep
(Superintendência de Seguros Privados) publicou circular permitindo
a comercialização de seguros com duração reduzida e por um período
intermitente.
Segundo o presidente da Thinkseg, André Grigori, o cenário de
pandemia serviu para trazer uma nova perspectiva sobre a oferta
desse tipo de seguro.
“O
seu carro não vai bater em ninguém se ele estiver parado, que é o
que tem acontecido com grande parte das pessoas no cenário que
estamos vivendo, de isolamento social. E o próprio mercado começou
a enxergar que coberturas
mais flexíveis podem ser mais adequadas ao dia a dia e
trazer economia para o usuário”, afirmou.
As principais ofertas desse tipo de cobertura são para automóveis,
mas a expectativa do setor é que o segmento cresça para seguros
residenciais, de saúde e até de bicicletas e skates.
“Mesmo depois da pandemia, as empresas tendem a transformar o
trabalho em algo híbrido, que envolva tanto o home office quanto o
presencial. Isso também tende a dar fôlego para esse tipo de
seguro”, disse Gregori.
Há
dois formatos principais de seguros liga e desliga. No primeiro,
mais comum, o cliente paga uma assinatura mensal e mais um valor
variável de acordo com a utilização. No segundo, não há
mensalidade; o paga pela cobertura só durante o tempo de uso do
bem, calculado via aplicativo de celular.
Para
Marcos Centin Dornelles, presidente da Youse Seguros, o mercado
está mais
aberto a inovação, inclusive por parte da Susep, e deve trazer
cada vez mais novidades.
Na
semana passada, a Susep colocou em consulta pública proposta de
circular que flexibliza e simplifica seguros de automóveis, como a
possibilidade de contratação mesmo por quem não tem carro próprio
–motoristas de aplicativos, por exemplo– e de combinar e acionar
coberturas conforme a conveniência do cliente.
“Trata-se de oferecer mais acesso e
possibilidade de escolhas, dando mais poder para o consumidor e
desenvolvendo o mercado”, afirmou, em nota, a superintendente da
Susep, Solange Vieira.
O
setor estima que, hoje, menos de 30% dos carros de passeio do país
são segurados, seja por custo, seja por falta de opção.
“Muitas pessoas com carros mais antigos, por exemplo, não conseguem
os seguros tradicionais por conta do risco que apresentam. Produtos
personalizáveis e específicos podem acabar englobando esse
consumidor e expandindo o produto para todas as classes da
população”, afirmou Dornelles.
O
liga e desliga, no entanto, tem baixa adesão. O presidente da
corretora Minuto Seguros, Marcelo Blay, conta que há empresas
propondo o produto, mas como é pouco divulgada, a modalidade ainda
gera dúvidas.
As principais, segundo o executivo,
envolvem a coleta de dados e informações por parte da seguradora –é
preciso instalar um rastreador no veículo calcular a quilometragem
usada e o custo do seguro.
“O produto só é competitivo em
termos de preço para quem dirige muito pouco”, disse.
A pandemia de
coronavírus impulsionou o lançamento de coberturas sob
demanda no mercado
segurador. Segundo executivos do setor, o movimento acompanha a
necessidade de ajuste ao orçamento do consumidor, e a tendência é
de expansão para os próximos meses.
A modalidade, que também é
conhecida como “pay per use” ou “liga e desliga”, ganha tração no
segmento desde 2019, quando a Susep (Superintendência de Seguros
Privados) publicou circular permitindo a comercialização de seguros
com duração reduzida e por um período intermitente.
Segundo o presidente da Thinkseg,
André Grigori, o cenário de pandemia serviu para trazer uma nova
perspectiva sobre a oferta desse tipo de seguro.
“O seu carro não vai bater em
ninguém se ele estiver parado, que é o que tem acontecido com
grande parte das pessoas no cenário que estamos vivendo, de
isolamento social. E o próprio mercado começou a enxergar
que coberturas
mais flexíveis podem ser mais adequadas ao dia a dia e
trazer economia para o usuário”, afirmou.
André Gregori, presidente da
Thinkseg, empresa que oferece seguros “liga e desliga”
– Karime Xavier – 14.ago.2018/Folhapress
As principais ofertas desse tipo de
cobertura são para automóveis, mas a expectativa do setor é que o
segmento cresça para seguros residenciais, de saúde e até de
bicicletas e skates.
“Mesmo depois da pandemia, as
empresas tendem a transformar o trabalho em algo híbrido, que
envolva tanto o home office quanto o presencial. Isso também tende
a dar fôlego para esse tipo de seguro”, disse Gregori.
Há dois formatos principais de
seguros liga e desliga. No primeiro, mais comum, o cliente paga uma
assinatura mensal e mais um valor variável de acordo com a
utilização. No segundo, não há mensalidade; o paga pela cobertura
só durante o tempo de uso do bem, calculado via aplicativo de
celular.
Para Marcos Centin Dornelles,
presidente da Youse Seguros, o mercado está mais
aberto a inovação, inclusive por parte da Susep, e deve trazer
cada vez mais novidades.
Na semana passada, a Susep colocou
em consulta pública proposta de circular que flexibliza e
simplifica seguros de automóveis, como a possibilidade de
contratação mesmo por quem não tem carro próprio –motoristas de
aplicativos, por exemplo– e de combinar e acionar coberturas
conforme a conveniência do cliente.
“Trata-se de oferecer mais acesso e
possibilidade de escolhas, dando mais poder para o consumidor e
desenvolvendo o mercado”, afirmou, em nota, a superintendente da
Susep, Solange Vieira.
O setor estima que, hoje, menos de
30% dos carros de passeio do país são segurados, seja por custo,
seja por falta de opção.
“Muitas pessoas com carros mais
antigos, por exemplo, não conseguem os seguros tradicionais por
conta do risco que apresentam. Produtos personalizáveis e
específicos podem acabar englobando esse consumidor e expandindo o
produto para todas as classes da população”, afirmou Dornelles.
O liga e desliga, no entanto, tem
baixa adesão. O presidente da corretora Minuto Seguros, Marcelo
Blay, conta que há empresas propondo o produto, mas como é pouco
divulgada, a modalidade ainda gera dúvidas.
As principais, segundo o executivo,
envolvem a coleta de dados e informações por parte da seguradora –é
preciso instalar um rastreador no veículo calcular a quilometragem
usada e o custo do seguro.
“O produto só é competitivo em
termos de preço para quem dirige muito pouco”, disse.
“As seguradoras, obviamente,
oferecem a cobertura dentro das normas
da LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados], mas os clientes ainda
não entendem isso completamente. Muitos também perguntam sobre a
taxa fixa mensal, que pode variar de pessoa para pessoa”,
afirmou.
Blay pontua que questões
relacionadas a roubo de celulares enquanto o aplicativo estava
ligado, falhas de internet ou questões simples como esquecer de
desativar o produto precisam ser resolvidas.
“Os produtos sob demanda vieram
para ficar e têm futuro, mas ainda precisam de muita adequação,
inclusive relacionadas ao custo de tecnologia. Isso deve se
resolver ao longo do tempo”, afirmou o executivo, acrescentando que
ainda não é possível medir a sinistralidade dos seguros pay per use
com precisão por serem muito novos no mercado.